quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

O medo

O receio que cada um tem em voltar a falhar, em não corresponder ao que se pretende, ao de ser chato ou aborrecido com outros, faz de cada um de nós um elo mais fraco. Em determinadas alturas, queremos agradar tanto alguém que tomamos atitudes que são tidas como maçadoras. A partir do momento que perdemos o norte e tentamos entender o que se está a passar à nossa volta, assola-nos o medo, a descrença, os mitos e os poderes sobrenaturais. Se todos dizem que as bruxarias não existem, então porquê agarrar-nos a mezinhas, a santos, a milagres, a pedidos a alguém ou a algo que não conhecemos? E será que não existem mesmo? Será que a maldade que alguns alimentam ao longo do tempo não virá interferir na felicidade de outros? Toda esta temática leva ao cansaço, à descrença, à frivolidade que, aos poucos, cada pessoa vai construindo à sua volta e sobre si próprio. Deixa-se de acreditar. Leva-se a vida sem um rumo positivo. Ri-se do caminho que cada tropeço nos é dado como desafio.
Como se sai dessas crenças? Alguém tem solução? A mim ocorre-me que a única forma de mudar este estado é vencer o medo, pois é esse que nos obriga a pensar, a fazer filmes, a ser negativo. O medo faz recuar as pessoas, levá-las ao ciume, à tristeza, ao ódio. O medo tem um poder muito forte. Há que combate-lo com todas as forças, ainda que nem as tenhamos. Há que voltar a acreditar que é possível ultrapassar esse obstáculo. Quando as coisas não correrem como desejamos, passemos em frente, voltemos a cair para depois nos erguermos. Uma coisa é certa, o medo não nos pode vencer. Há que acreditar que tudo tem o seu tempo.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Os percalços

Há erros que se cometem e que, após momentos de lucidez, deparamo-nos com a dura realidade da consciência e do peso que ela acarreta. Muitas vezes essa realidade faz doer, fere, envergonha, mostra que nem sempre se tem o controlo das coisas. Por assim dizer, o desafio é colocado e voltamos ao ponto de analisar todos os procedimentos tomados até aqui.
A análise faz parte dos que querem evoluir. dos que desejam entender as razões dos outros. Enfrentam-se os percalços e pondera-se sobre toda a conjuntura. Volta-se com passos atrás e reflecte-se, para depois voltar a erguer o espírito e continuar as vidas monótonas.
Em causa aqui são os momentos de loucura, pois são esses que muitas vezes nos fazem reflectir. Muitas desses momentos são até tidos como saudáveis, pois estes são o que são, momentos de loucura, de rebeldia, em que tudo é permitido. para depois voltar à calmaria e se seguir com a vida idealizada.
Não creio que seja prejudicial sair da rotina, ser ousado quando não se é, fazer algo que até então nunca se tenha feito, mas desde que sejam estabelecidas regras à priori. Será importante enquadrar aqui a ideia que todos e cada um têm as suas próprias regras e estipula ele próprio os seus limites, não tendo por isso que chocar com as crenças de outros. Mesmo que se tenha uma opinião sobre determinado aspecto ou vivência, esta vale o que vale: é uma opinião. Cada um segue o caminho que deseja, seguindo só o seu trilho, ao ritmo que mais lhe convém. Deve-se simplesmente aceitar visões e vivências diferentes. Todas elas ajudam o implicado a evoluir.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Coragem inquebrantável

Após uns dias de ausência, estive a reflectir sobre a Coragem Inquebrantável.
Essa coragem é reservada aos mais fortes, aos que se dizem directos e sem receios, sem rodeios. É uma coragem que, independentemente do resultado que possa daí advir, mostra a vontade e a opinião inflexível que cada um usa.
Agora, nem todos têm essa coragem... Uns poderão esconder-se por detrás do politicamente correcto, da timidez certa, do medo da aceitação dos outros, ou até da presunção de serem demasiado assertivos e mostrarem-se donos de uma verdade,ainda que sua. Ainda assim, e em todos estes exemplos, a coragem está presente. No fundo, é o que todos desejamos: ter coragem de dizer, de fazer e de agir segundo os valores que acreditamos.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Falta de lucidez

O calor das coisas pode levar-nos a acreditar em algo possível, em pequenos momentos... Um dia, queremos, no outro, já não... Deixo-me levar pelo calor do momento, até que me sature. Depois, paro, penso e vejo que não é isto que procuro. Não importa... foi um momento. Uma falta da lucidez... Sigamos em frente.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Citação de Gabriel García Marquez

"É necessário abrir os olhos e perceber que as coisas boas estão dentro de nós, onde os sentimentos não precisam de motivos nem os desejos de razão. O importante é aproveitar o momento e aprender sua duração, pois a vida está nos olhos de quem sabe ver."



Gabriel García Marquez

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Dá-me um abraço

Faz hoje 14 anos que deixaste de ser presença nas nossas vidas. Sei que é raro falar de ti e que muitas vezes não me recordo devidamente, mas esta manhã, no dia do teu aniversário, lembrei-me de ti. Apetecia-me um abraço teu. Espero que estejas bem, onde tu estiveres.

Dá-me um abraço, Miguel Gameiro

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Míscaros_10

E eis que está a chegar a segunda edição do Festival do Cogumelo - Míscaros_10. Não se esqueçam de aparecer e de saborear esta nova festa que terá muito êxito.


segunda-feira, 4 de outubro de 2010

A comunicação

Falar tem os seus segredos. A comunicação é um instrumento importante nos dias que correm. E quando esta não é bem desenvolvida, tendo falhas e desentendimentos, pode trazer alguns acidentes de percurso ou mesmo desconforto perante tal situação. Concordo que existem diversas formas de nos expressar, pois cada um desenvolve melhor a sua aptidão comunicativa, estando intimamente ligado aos desejos e convicções que cada um vive. Há momentos que não temos o mesmo registo comunicativo, variando com o nosso estado de espírito. A complexidade reside em saber como agir em cada momento. O único meio é mesmo o do esclarecimento e da ponderação. Desta forma, evoluímos com os diversos desafios que nos atravessam pela frente, aceitando formas de estar e de viver diferentes, em momentos dispares para cada interveniente.
Ainda que haja uma falha de comunicação entre pessoas, nada obriga a seguir o lado mais fácil, o de mostrar que podemos tirar ilações erradas, após uma conversa mal entendida e mal resolvida, usando depois uma informação mal desenvolvida e utilizando-a de forma errada.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Malandreco

O que será um malandreco? Pois bem. Um malandreco é alguém que apimenta uma situação, de forma a aliciar outro... É alguém subtil que gosta de provocar uma pessoa, para levá-la a desejar a sua presença ou a imaginar um momento imaginário. A subtileza e a ironia são armas utilizadas pelos malandrecos, tentando agradar a outra parte. Geralmente, são situações picantes e de cariz sexual, mas sempre com contornos indirectos.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

O perfil de uma expressão escrita

O perfil que traz um perfil pode trazer a vontade de não mostrar todos os lados de uma pessoa. Foge-se à óptica, capta-se um momento, esboça-se uma distracção e acaba-se com uma perspectiva singular. O modelo, ainda que sempre idêntico, é único, como tudo o que é objectivado. Dancemos então à volta da maquinaria para que muitos perfis possam ser trabalhados ao gosto de quem brinca com a arte, sabendo qual a importância de todo um trabalho. O charme vem mesmo a calhar... Deste feito, brindamos às mãos que captam tal momento singular do perfil captado.
Porque tudo o que compomos deve ser lido e relido, e depois, há que ter uma voz critica para ajudar no processo da criação, melhorar o que até então era um esboço...A perfeição não é do ser humano, mas tentamos atingi-la, na nossa pequena esfera que é o nosso mundo. Nem todos temos a coragem de o conseguir admitir. Somos todos errantes, onde nos escondemos por detrás de um suporte fixo e seguro. Tal como um porto de abrigo. Essa é a produção cuidada do dia-à-dia!!

sábado, 28 de agosto de 2010

Lugares, pessoas e momentos

Imaginei-me nos tempos em que caminhava pela praia, no Outono, simplesmente vagueando e ouvindo o mar a ressaltar. Pensei nos belos passeios, ou pela cidade, ou pelas aldeias frias do nosso país, onde cada recanto conta uma história silenciosa no breu do Inverno. Ainda me veio à ideia uma noite inesperada num belo teatro a vislumbrar uma peça qualquer que nem sequer sabia que existia ou que sequer tnha pensado ir ver. Sorri ao recordar-me das belas tardes de Primavera numa esplanada qualquer, à sombra de uns plátanos enormes, onde degustava o ultimo livro comprado. Aliviei quando cheguei ao Verão e as férias trouxeram o descanso, indo caminhar por onde o vento me leva e o desejo ambiciona.
Tudo isto mostrou-se como boas recordações, saudosas e que fazem parte do idílico desejado. Aos poucos, com mais força, o caminho vai-se abrindo para que se volte aos mesmos lugares. De facto, vou conseguindo aproveitar um pouco de todas elas, mas sempre de forma limitada. E vou bebendo desse sentimento que é a saudade dos momentos prazerososvivenciados. E são exactamente esses momentos que nos vão fortalecendo e nos vão colocando uma cara de satisfação e de prazer, mostrando que há lugares, pessoas, momentos que nos são especiais.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Longe

Eis o novo trabalho de Pedro Abrunhosa, de seu nome Longe. Creio que há um amadurecimento neste novo trabalho, do qual eu dou nota 10. De todas as músicas deste albúm, eis a sugestão que vos faço. Muito bom.

Se houver um Anjo da Guarda, Pedro Abrunhosa, Longe

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Uma simples rosa

Deparei-me o outro dia com um cenário bem interessante e agradável. Decidi, sem mais nem menos, oferecer uma rosa à minha mãe. Estava naqueles dias em que queria agradá-la, sem razão aparente. E o espanto que ela mostrou foi ainda mais divertido. Perguntou-me porque é que lhe estava a oferecer tal flor. E respondi que não era por nada em especial. Esboçou um grande sorriso nesse momento e logo me agradeceu muito, dizendo que era um querido.
Logo comecei a pensar que o carinho ou a surpresa que se prepara a alguém de quem se gosta é sempre agradável ao surpreendido. Com estes pequenos gestos, mostramos a atenção que se dá à pessoa, o amor que representa tal altruísmo e o carinho que empenhamos em tal acto. Não custa ser carinhoso. Uma simples rosa ou uma simples lembrança pode fazer toda a diferença. E o maior agradecimento que se tem de quem recebe é o sorriso expresso na cara, ou mesmo a surpresa positiva que esta mostra. Assim, seguimos o dia pensando que fomos boas pessoas e que alguém ficará mais alegre no resto do dia.

sábado, 17 de abril de 2010

"El poeta pide a su amor que le escriba"

Eis um poeta hispânico que me deram a conhecer há algum tempo. Achei-o engraçado e decidi partilhar. Tenho de o decorar. É Frederico Garcia Lorca

Amor de mis entrañas, viva muerte,
en vano espero tu palabra escrita
y pienso, con la flor que se marchita,
que si vivo sin mí quiero perderte.

El aire es inmortal. La piedra inerte
ni conoce la sombra ni la evita.
Corazón interior no necesita
la miel helada que la luna vierte.

Pero yo te sufrí. Rasgué mis venas,
tigre y paloma, sobre tu cintura
en duelo de mordiscos y azucenas.

Llena pues de palabras mi locura
o déjame vivir en mi serena
noche del alma para siempre oscura.

sábado, 10 de abril de 2010

Pensamento da noite

Eis o primeiro embate. A dura realidade tinha de chegar um dia. Havia ainda a esperança de que esse dia nunca chegasse. Pensa-se que não estava na altura de acontecer, pois nunca se está preparado para tal provação. E por vezes, basta uma só vontade para que as coisas mudem e nos obriguem a acreditar que os momentos podem, sim, ser diferentes. Deixa-nos atordoado e depois, na ressaca do embate, começamos aos poucos a cair em nós. Damos voltas e voltas, e nada nos sai. A posição que mais me ocorre é a de ficar estático, não me mexer. Deixar correr o tempo sem lhe tocar. Somente deixar fluir as coisas. Algo ocorrerá no momento certo.

segunda-feira, 29 de março de 2010

Ensinamentos socio-culturais

As diferenças culturais têm despertado em mim alguma atenção. Tenho-me esforçado para olhar para as pessoas e tentar descrever qual a sua abordagem à cultura, no sentido de qual o seu padrão e onde se insere na sociedade actual. Tudo isto porque a sociedade cultural é algo fascinante. Senão vejamos. A cultura Europeia é diferente da cultura asiática, ou de qualquer continente. Mas ainda dentro da Europa, há diferenças marcantes e estruturantes entre os países mediterrânicos e os escandinavos. e eu atrevo-me a dizer que dentro da cultura mediterrânica há diferenças importantes. Há coisa de uma semana, estive a fazer uma formação, onde se abordou a temática "Conteúdos sócio-culturais nas aulas de espanhol".
Até aqui, sempre ouvimos dizer que a nossa cultura era muito idêntica à de nuestros hermanos. Temos diversas situações das quais somos realmente parecidos. Mas há outras que nem sequer pensamos e são diferentes. Poderei deixar alguns exemplos aqui.
  • Os espanhóis têm realmente dificuldades na aprendizagem de outras línguas, pois o seu alfabeto fonético é mais reduzido que o nosso, o que dificulta a sua compreensão;
  • Deitar os guardanapos para o chão num bar pode ser sinónimo de tapas de grande qualidade, pois quanto mais papeis houver no chão, mais o bar facturou com as suas iguarias;
  • Os espanhóis recebem os seus convidados fora de casa, são os últimos a entrar, mostram a casa a toda a gente e começam a jantar tarde.
  • Eles acham uma falta de modéstia aceitar um elogia sem o negar antes. Tentam sempre esquivar-se a um elogio.
  • Entre outras coisas que nunca nos assolam a ideia...
Mas em bom da verdade, até no nosso pequeno país à beira mar plantado temos as nossas diferenças culturais. As pessoas do norte são diferentes das do sul. E muitas vezes nós brincamos com esses diferenças. Basta ver a ideia que se faz de um alentejano ou como reage uma pessoa do Porto. Notam-se as diferenças.
E é este enriquecimento cultural, do que cada um adquire ou que vai vivênciando, guardando na sua memória as coisas que, no seu mundo, são realmente importantes. Cada um cuida da sua cultura e do seu enriquecimento de sabedoria. Nem todos se interessam pelos mesmos motivos e pelos mesmos temas. Importante é que cada um respeite a cultura do outro.

segunda-feira, 22 de março de 2010

Viva Portugal!!!

É o que temos. Vivemos num país em que, quando todos pensavam já ter batido no fundo, devido à crise que vivemos há mais de 8 anos, vem um Senhor Ministro, todo bem vestido, que ganha 6 vezes o ordenado mínimo e diz ao país:
Portugueses, o país tem de fazer esforços para poder ultrapassar este momento de crise!
E os portugueses fazem então o esforço. Não que lhes tenham perguntado! Não me recordo de terem perguntado ao Zé Povinho se deveríamos salvar a banca com contribuições avultadas, não me recordo de lhe perguntarem se deveriam decidir ou não pelo congelamento dos prémios chorudos que alguns administradores públicos recebem, não me recordo de perguntarem se deveriam baixar os salários dos políticos... Bem, neste ponto, o Primeiro-Ministro mostrou a sua posição de forma bastante clara:
Eu sei que os Presidentes de Câmara e os seus vereadores baixaram os seus salários. E eu até abdico do meu 13º mês e reduzo o meu salário, mas sei que isso não irá beneficiar ninguém...
Senti-me tocado... O nosso P.M. é realmente um querido. E bastante compreensivo!! Pede a todos para fazerem esforços pela nação e em vez de dar o exemplo, mostra-se ganancioso, não contribuindo para a crise que ele próprio criou! E vem ele dizer que os esforços tem de ser feitos e sentidos por todos! Ou só se apela àqueles que serão realmente penalizados? O P.M. pede ainda a todos que compreendam o congelamento de ordenados, que entendam a redução de descontos no IRS, que sejam compreensivos com o não pagamento de salários justos, que sejam conscientes do desemprego, onde reduzem a sua contribuição e ainda penaliza quem não consegue encontrar trabalho... Mas não toma nenhuma medida perante as grandes empresas que tem avultadas recompensas e saldos muito positivos de ano para ano! Nomeadamente, empresas do estado, onde imperam as golden-share!!! Essas empresas, que todos nós pagamos para crescer, agora nada fazem para ajudar o país. Mais! Poderíamos falar da questão da Banca, onde os prémios são record's e os saldos inimagináveis... Pois bem! A banca vem agora dizer que vai aumentar os juros, porque não tem forma de dar a volta!!! Coitados deles todos... O que dirá uma pessoa que trabalha 60 horas semanais e que leva para casa 1000€? Ou a senhora da caixa que só recebe o ordenado mínimo? Ou o casal que tem 3 filhos e vive com dois ordenados mínimos? Ou os senhores de idade que têm reformas de 350€? Esse são os culpados da crise, quase de certeza!
Mas enfim... Os que verdadeiramente trabalham e tentam melhorar o país, têm de levá-lo às costas, enquanto que os nossos políticos cometem asneiras para depois ficarem todos ofendidos que alguém os vem apelidar de incompetentes, pois não são homenzinhos suficientes para contribuir com uma parte do seu "mísero" salário. É o que temos...

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Inacreditável...

Imaginem só esta situação. Um condutor vai numa Estrada Nacional qualquer do nosso país, descansado da vida, a caminho do seu local de residência, já que trabalha longe da família e dos amigos. De repente, o carro que segue à sua frente faz uma travagem brusca devido a um terceiro condutor que não respeitou um Stop. O que acontece? O condutor da nossa história tenta travar a fundo, mas infelizmente embate no carro da frente. Muito chateado, o condutor sai da sua viatura e fala com a pessoa sobre o sucedido e chegam à conclusão que o fugitivo era o culpado. Ainda assim, como nenhum tivera tempo de retirar a matrícula do culpado, o condutor aceita fazer um acordo amigável. Enquanto os condutores estavam a resolver tal formalidade, chegou a Brigada de Trânsito. Saem os agentes da sua viatura e perguntam se os condutores necessitavam de ajuda. Ambos afirmam que não é necessário, mas, ainda assim, os agentes decidem medir a travagem ocorrida entre os carros. Foi explicado aos agentes o que tinha ocorrido e ambos notaram que as histórias coincidiam. Por uma questão de informação, os agentes falaram com o nosso condutor na possibilidade de incorrer numa multa de 60 a 500 Euros por não respeitar a distância entre carros. Mas, como forma de consolo, não iriam multar o condutor e que o deixavam seguir marcha. O condutor, ainda chateado, segue o seu caminho, contabilizando os estragos e pensando que, no meio disto tudo, os agentes tinham sido muito benevolentes.
Mas um ano depois, o nosso condutor recebe uma carta registada em casa com uma multa por pagar! O condutor, ainda que indignado, pagou a multa e pensava ele que nada mais se iria seguir. Erro dele, pois dois anos após o acidente, chega uma carta da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária a dizer que terá de entregar a carta ao Governo Civil no período de dois meses!!! É natural que o condutor não tenha recorrido da multa, pois julgava que tal história não iria ter mais desenvolvimentos. Erro seu! Caiu na boa fé dos agentes visados e foi enganado!
Não bastava a esse condutor ter batido num carro devido a um terceiro que não respeitou as regras de condução, de pagar o arranjo do outro carro, de agravar no seguro, de pagar uma multa, como agora vai ficar sem carta!!!! Enfim... O nosso país faz leis que são algo extra ordinárias! Até parece que os condutores andam na estrada com vontade de bater nas outras viaturas. Notoriamente, esta lei serve só os interesses da Brigada de Trânsito, pois são os únicos que beneficiam com todos estes pontos.
Só falta referir que esse condutor sou eu... Que mais me irá acontecer?

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Como direi?

Cheguei ao ponto de não retorno. Ambicionei tanto vir para o Alentejo, para enriquecimento a nível pessoal, e neste momento estou cansado de viver por cá. Foram dois anos e meio de experiências, de conhecimentos e até de uma busca incessante do eu, em que me fui descobrindo e crescendo. Mas neste momento, estou cansado. Mostrava-me satisfeito por ter ficado vinculado a um lugar, mas nunca contente pelo lugar que me tinha calhado na rifa. A experiência foi dada em diversos pontos. Fui conhecendo as pessoas. Fui tendo momentos felizes. Fui amargurando aos poucos. Fui-me libertando de alguns fantasmas. Fui-me entregando a quem mais me queria. Fui batendo com a cabeça nas paredes. Fui cedendo a diversos níveis. Fui chorando e rindo consoante as vivências que ia passando. E no final, ficou um lado negro devido à interioridade que nos vai consumindo, onde nada se passa, onde as coisas são duras de viver e de saber levar.
Ao cabo de algum tempo a viver no Alentejo, a tristeza invadiu-me. Julgava eu que conseguiria mudar este meu estado de espírito. Mas foi nestes últimos anos que vivi os meus melhores momentos.
Se me perguntarem qual a razão de tal fastidio, não saberei responder directamente. É possível que se deva a condições de trabalho, a sentimentos, a provações, a desconfianças, a desilusões... Não gosto disso. Preferia viver com mais positivismo. Mas enfim... Levemos as coisas com um pé ante outro. Amanhã nascerá o sol e com certeza que acordarei com outro animo. Assim o espero.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Coragem

Até que ponto se tem coragem? Até onde vai essa força? O que nos motiva para seguir determinado caminho? E qual o receio de seguir outros? Tantas perguntas. E mais tempo teríamos e colocaríamos outras tantas que surgissem. Mas não temos coragem de as colocar e até parece que temos receio de nos confrontar com elas, pois algumas vezes é mais cómodo contorná-las. A coragem está associada à libido que cada um tem. É a parte da excitação que desperta a cada vez que tomamos força para seguir ao que nos propomos. Ou então o de tomar determinada decisão que pode mudar tudo. É a vontade de mandar tudo para trás e seguir outro objectivo. O de deixar de pensar só nos outros e começar a pensar só em si, pois também é necessário em algumas alturas.
Ainda assim, há momentos em que qualquer um tem de fraqueza e não tem coragem de fazer um esforço ou desafiar o seu próprio destino. E nessas alturas, após alguma reflexão, entendemos que poderíamos ter mudado tudo, que determinada decisão poderia ter representado a diferença. Ou seja, faltou coragem. Ou faltou vontade de seguir outros caminhos.
Cada um só vai até onde se sente seguro, onde o chão até pode estremecer. E pode ir até ao êxito ambicionado. pois só seguimos os caminhos que desejamos e se nos enganamos, temos por hábito de reiniciar outro caminho.
No entanto, é verdade que cada um segue o caminho que sempre idealizou, sem a displicência de ceder um pouco, exigindo tudo o que sempre desejou, e levando ao desconforto de qualquer situação. As exigências são bem vindas quando ambas as partes fazem cedências e entendem que podem ser diferentes. A solução pode estar na coragem de aceitar essas diferenças e tentar fazer com que as coisas sejam diferentes.
Enfim, é nessas alturas que voltamos a pensar nas prioridades.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Carminho

Eis uma nova voz no panorama do Fado. Já se tem vindo a mostrar em diversos eventos e merece realmente que se dê alguma atenção a esta jovem fadista que começa a dar cartas. É-me bastante especial, e vou guardá-lo junto dos melhores sentimentos que tive. Seu nome é Carminho. em seguida, ouça um dos seus fados.

Tenho ciúmes,
Das verdes ondas do mar
Que teimam em querer beijar
teu corpo erguido às marés.

Tenho ciúmes
Do vento que me atraiçoa
Que vem beijar-te na proa
E foge pelo convés.

Tenho ciúmes
Do luar da lua cheia
Que no teu corpo se enleia
Para contigo ir bailar

Tenho ciúmes
Das ondas que se levantam
E das sereias que cantam
Que cantam p'ra te encantar.

Ó meu "amor marinheiro"
Amor dos meus anelos
Não deixes que à noite a lua
Roube a côr aos teus cabelos

Não olhes para as estrelas
Porque elas podem roubar
O verde que há nos teus olhos
Teus olhos, da côr do mar.

Meu Amor Marinheiro, Carminho


quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Sentimento

O que é o sentimento? Segundo qualquer dicionário de português, esta palavra significa: Acto ou efeito de sentir; Aptidão para receber as impressões; Sensação, sensibilidade; Consciência íntima; Faculdade de compreender, intuição. É com esta palavra que nos vamos deparando com as provações que nós vamos passando. E há diversos sentimentos possíveis. Há sentimentos bonitos, outros menos próprios, outros algo estranhos, e outros que nem lembram ao diabo. Mas todos eles revelam o próprio significado que se encontra nos dicionários. Pode haver sentimentos de raiva, de ódio, de amor, de carinho, de amizade, de solidariedade...

Os meus diversos sentimentos têm vindo a crescer, de forma intensa e agradável. Tenho sido posto à prova, mas aos poucos vejo que me alimento de sentimentos bonitos, agradáveis e que nem sempre sei demonstrar da melhor forma. Há quem diga que sou meio abrutalhado, algo seco, mas esta é a minha forma de ser e de estar. No fundo, tenho um sentimento puro e honesto, de coração mole, que nem sempre ponho em destaque. E por esta razão peço desculpa a quem mais gosto por não conseguir po-lo a nu, pois de quem eu gosto, vou confessando aos poucos, vou dizendo de forma subtil, de forma a que saibam que estou aqui e que gosto à minha maneira.

Sei que deveria ser mais carinhoso e escolher as melhores palavras para responder aos sentimentos que tenho, de poder chegar perto das pessoas e dizer: gosto de ti e sinto isto por ti. Mas tenho algo que me trava a voz no momento de o dizer. E quando ganho coragem, até digo coisas bonitas e agradáveis, que apelam ao sentimento. Espero que não seja mal-interpretado, pois os meus sentimentos são verdadeiros.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Alcaide em neve

Pormenor

Este fim-de-semana o Alcaide encheu-se de neve e foi a diversão total. Bons momentos numa imagem única, que há mais de 16 anos não contemplava na terrinha. Foi muito giro. Deixo-vos aqui alguns momentos.

A Cadeia

Senhor da Pedra

Ruelas da aldeia

Vista da Torre

Praça Gil Pinheiro

Momento musical