quinta-feira, 24 de março de 2011

Democracia

E pronto. Quando todos pensávamos que o país não poderia chegar mais fundo, eis que nos surpreendem com mais algumas atitudes que nos vão deixar ainda mais no lodo. E o pior é que se vislumbra um caminho ainda pior a partir daqui! Ou seja, para os mais crédulos, ainda há alguns níveis mais abaixo, neste fundo.
Há dias, quando o Primeiro-Ministro estava em Berlim a falar com a Chanceler e o Senhor Ministro das Finanças vinha anunciar mais um PEC, falei com algumas pessoas e garanti na hora que o Governo iria cair nesta 4ª feira. Nada de novo... E ontem, num misto de alívio (para alguns), de preocupação (para outros), de satisfação (para muitos) e de ambição (para um grupo restrito), acordamos todos esta manhã com um amargo de boca e de cautela, no momento de falar sobre a politica do país. De repente, todos somos políticos. Olhamos com medo para o futuro. E dentro de 4 paredes, alguns davam a sua opinião sobre quais seriam os caminhos de São Bento. Alguns já davam por certo um próximo vencedor. Outros, pensavam sobre quais seriam os assentos parlamentares ocupados na Assembleia a partir de então. Mas a verdade é que todos nos mostramos preocupados. O que vai acontecer agora? Quais serão os nossos destinos? Ouvi algo que, de facto, faz muito sentido: com Democracia, tudo se poderá resolver. Somos muitos e somos fortes! Ou deveríamos ser! Agora que todos somos políticos, seria importante transmiti-lo em votos, mostrar preocupação pelos desígnios do país. Mas aí, também reside uma tarefa árdua, eu sei... Olhamos para os nossos políticos e aí reside o nosso verdadeiro medo: não sabemos em quem acreditar.
Não venho aqui defender nenhuma cor politica, enganem-se alguns... lol Preocupo-me, sim, com o meu país e qual será o seu futuro. No entanto, não posso deixar de fazer parte dele. E por fazer parte dele me vejo receoso com algumas decisões que foram tomadas e que têm outros contornos, com jogos de poder, com pedantes feridos, com vitoriosos sem razão para tal, com alternativas que ainda não passam de oposição e que carecem de maturidade. Mas é neste momento então que deveremos realmente conhecer as pessoas que nos estão a representar, pois todos eles têm algo a dizer à população!! Não acredito que não saibam falar, cara na cara, apresentando novos caminhos e novas alternativas de salvação para o nosso país!! Riem-se de nós, olham para nós com indiferença, tecem os maiores comentários de desprezo, auto-intitulam-se os cérebros do país e agora, que é importante AJUDAR a população e resolver os SEUS problemas, carecem de ideais e de soluções. todos estamos implicados. Devemos estudar as melhores opções e se tivermos de ir a votos, venham eles. Mas não fiquemos em casa ou não aproveitemos para ir de férias ou para ir apanhar sol!!! Há que acordar. É dia de votar (se for esse o desejo do Senhor Presidente) o futuro do nosso país.

terça-feira, 15 de março de 2011

Em construção

Ao longo dos tempos, as pessoas com quem se vai travando conhecimento, vão tendo um lugar especifico na vida de cada um. Que seja nas relações profissionais, de cordialidade, de amizade ou até amorosas, todas elas, com o seu devido grau de envolvimento, vão ganhando um peso, no que confere a vida de cada um. São pequenas histórias que acabam por fazer um todo, uma vivência.
No entanto, há que enquadrar essas histórias no seu devido lugar, saber até que ponto se está envolvido com todas as pessoas que se conhece. Porque, em bom da verdade, nem sempre se sabe a opinião que aufere do outro lado. Porque para se falar sobre qualquer assunto, nem sempre pode ser conveniente, devido à posição do politicamente correcto, do embaraço do tema, dos tabus que ainda se tem. E essas pessoas podem nem sempre visualizar o pleno da história.
E essa posição incomoda. É verdade que cada um está provido de livre arbítrio. Mas de facto incomoda não saber o que os outros pensam a nosso respeito. Nunca se tem toda a informação, de ambos os lados. Há alturas em que a falta de informação pode trazer confusão e dissabores, dando mais trabalho a quem não compreende o que se está a passar, de forma a poder abordar todas as questões.
Em conversa com amigos, muitos dizem-me deixa andar, não ligues, faz o mesmo... Mas será que seremos todos assim tão frios, ao ponto de nos afastarmos, sem obter a verdade? Não será a falta de conhecimento a ruptura para muitas coisas que fazemos? De facto, vive-se mais rápido. as coisas são-nos dadas a uma velocidade que era impensável há 300 anos atrás... Vivamos então a esse ritmo! (ainda que alguns parem para pensar onde se poderá enquadrar nesta sociedade...) Tudo está em construção. todos os dias. Quer no trabalho, quer no grupo de amigos, quer em casa. A verdade é que em cada momento, a opinião dos outros é importante, pois se algo não está de feição, se algo desagradou em determinado ponto, se houve algum momento menos feliz, a melhor forma de resolver é conversar, sentar, perguntar, analisar, ponderar, defender, ouvir. Nem sempre estamos predispostos a isso. Ou pela falta de tempo, ou pelo desinteresse, ou pela falta de paciência, ou pelo facilitismo, ou pelo vontades de cada um... E o tempo acaba por conferir a sua importância. Aceito as posições dos meus amigos, mas nem sempre se sabe tudo... lool

quinta-feira, 3 de março de 2011

Seremos nós parvos?

Este ano 2011 ainda agora vai no adro e já se prevêem cenários negros daqui para a frente. Chegam, a conta gotas, estatísticas da última década, e sem grandes surpresas (ou então para aqueles que andavam mais distraídos e fora do país...), denota-se que tudo tem sido feito ao contrário. O desemprego aumentou, a economia viveu sempre enferma (numa recessão sem precedente), os impostos têm sido uma dor de cabeça enorme para todos os contribuintes, o aumento dos produtos tem sido uma realidade para as famílias e agora vêm falar que o futuro dos jovens está comprometido. Pergunto eu: mas não era isto mesmo que se estava à espera? Não foi pedido sacrifícios para benefícios de todos? E para quê? Nos palcos da politica nacional procura-se o culpado da crise dos últimos 13 anos. A preocupação começa agora a centrar-se em cumprir metas que foram impostas e a todo o custo, haverá uma eterna discussão de vários PEC's que trarão mais medidas de austeridade. Sem esquecer que o país estará preso a umas empresas de rathing e de credores que compram todos os dias a divida soberana (com contratos que nem sequer sabemos quais são as NOSSAS implicações), discutindo entre eles se os Portugueses têm capacidade de cumprir e crescer ou não. E a população, impávida e serena deixa passar a procissão...
Muito da geração futura começa agora a equacionar para quê e para quem é que estamos a trabalhar. Os jovens que hoje saem das Escolas, inclusive do Ensino Superior, não conseguem vislumbrar um futuro promissor. Vivem de estágios, de trabalhos precários, muitos trabalhadores mal pagos, em situações duvidosas. Na mesma geração, existem os oportunistas sem escrúpulos e os boys for the job (porque todos sabemos que ainda existem...) que se vangloriam perante todos pela sua situação, pois neste pequeno cantinho à beira mar plantado, é dignificante ter sido colocado por alguém em algum lugar de topo, sem com isso significar que foi por mérito. Há também quem trabalhe duro, fazendo a sua parte na sociedade e que, ainda assim, não consiga manter um sorriso, pois depara-se com um futuro que se prevê precário, onde a qualquer momento, o sistema pode ser alterado, ao sabor de impactos impostos pelos governantes.
E eis a grande pergunta: Em que país vivemos? Quem beneficia com todas estas mudanças? Porque, de facto, alguém terá de ganhar com tudo isto... Impossível pensar que estamos todos perdidos e que não temos rumo! Por muito que falemos e discutamos, dá-me a sensação que somos um povo adormecido, à espera que chegue alguém que nos salve. Ainda que seja lenda, esperamos por um Dom Sebastião que tarda em aparecer na bruma... O receio de não se ter solução para uma revolta é onde reside o medo. Da mesma forma que o segredo dos audazes está na coragem de saber que algo está mal e que se deve mudar. Dos fracos não reza a história...