terça-feira, 25 de novembro de 2008

E dizer que este texto já tem quase um século...

Um dia a maioria de nós irá separar-se. Sentiremos saudades de todas as conversas jogadas fora, das descobertas que fizemos, dos sonhos que tivemos, dos tantos risos e momentos que partilhamos. Saudades, até dos momentos de lágrimas, da angustia, das vésperas dos finais de semana, dos finais de ano, enfim... Do companheirismo vivido. Sempre pensei que as amizades continuassem para sempre. Hoje não tenho mais tanta certeza disso. Em breve cada um vai para seu lado, seja pelo destino ou por algum desentendimento, segue a sua vida. Talvez continuemos a nos encontrar, quem sabe... nas cartas que trocaremos. Podemos falar ao telefone e dizer algumas tolices... Aí, os dias vão passar, meses... anos... até este contacto se tornar cada vez mais raro. Vamo-nos perder no tempo... Um dia os nossos filhos verão as nossas fotografias e perguntarão:"Quem são aquelas pessoas?" Diremos... que eram nossos amigos e... isso vai doer tanto! -"Foram meus amigos, foi com eles que vivi tantos bons anos da minha vida!" A saudade vai apertar bem dentro do peito. Vai dar vontade de ligar, ouvir aquelas vozes novamente... Quando o nosso grupo estiver incompleto... reunir-nos-emos para um último adeus de um amigo. E, entre lágrima abracar-nos-emos. Então faremos promessas de nos encontrar mais vezes daquele dia em diante. Por fim, cada um vai para o seu lado para continuar a viver a sua vida, isolada do passado. E perder-nos-emos no tempo... Por isso, fica aqui um pedido deste humilde amigo: não deixes que a vida passe em branco, e que pequenas adversidades sejam a causa de grandes tempestades... Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos!"
Fernando Pessoa

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Falta de comunicação

Fico triste ao saber que algumas pessoas vão tendo algumas tomadas de posição sem terem uma conversa prévia. Parece-me que alguns não sabem tirar partido do grande potencial que pode ser uma verdadeira e sincera amizade. Porque não tentar resolver essas diferenças? Para quê colocar o carro à frente dos bois? Porquê tirar conclusões sem nunca pedir a opinião do outro lado?
Tenho visto algumas amizades degradarem-se porque simplesmente tomam uma decisão irreflectida. E mais. Não se deve tomar partido de ninguém sem se saber concretamente o que se passou. E será que um mal entendido, um comentário mais infeliz, uma teimosia merece toda uma raiva tonta e desmesurada? Onde estão os Homens de H grande que no dizem que sabem resolver os seus problemas?
Mas assusta-me a ideia que provavelmente não exista uma verdadeira amizade... E se isso corresponde à realidade, o que tem por detrás disso tudo? Interesse? Inveja? Desejo? Anseio? Bem. Eu não tenho a resposta nem a solução, mas creio que os problemas existem para ter soluções... A unica coisa que vejo é que há uma grande falta de comunicação, uma falta de vontade de resolver as coisas...E adiantaria ainda que vejo isso como algo infantil... Os miudos é que se zangam do diz que diz... E resolvem as coisas sem resolver... Começam a falar sem nunca resolver as coisas...
Em suma. Apostemos na amizade. Tentemos superar as dificuldades. Porque a amizade é bem mais bonita e saborosa...

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Frase sábia

"O que me preocupa, não é o grito dos maus. É o silêncio dos bons."

Martin Luther King

domingo, 16 de novembro de 2008

Saber conviver...

Quantos de nós não fica cansado da rotina de algumas pessoas que estão ao nosso lado? E quantos de nós não critica o atendimento a cada vez que não está como esperado? Pensei um pouco sobre estas questões e retirei algumas elações. Vamos aos exemplos.
Este fim-de-semana fui às Beiras e assim que cheguei à minha pequena aldeia, a primeira coisa que aconteceu foi uma discussão no cafézito lá da terra porque a dona do estabelecimento tinha feito algo que não agradou ao grupo... Bem, claro que isto é só um exemplo, mas como já conheço as pessoas, sei que estas pequenas discuções se prolongarão até ao Natal... Até que por volta do ano novo, voltamos a ter algumas conversas mais acesas... E depois chegam os dias quentes e, como ja se encontram mais ocupados e com novos lugares a frequentar, deixam de estar mais presente no cafézito... Ou seja, reina a paz nesse periodo até Outubro, onde se voltará a ter o mesmo discurso e as mesmas discussões. Em resumo, as pessoas quando têm de co-habitar num mesmo espaço acabam não entender que se fazem cedências ou então que se deve reger pelas regras que ali estão estabelecidas. Não digo com isto que seja fácil de co-habitar uns com os outros. Mas também sentimos falta dessas pessoas que nos vão preenchendo os dias. E essas pequenas discussões vão preenchendo a vida de cada.
Podemos repôr estas ideias para todos os nossos campos da vida. Senão vejamos, nos nossos locais de trabalho, chegamos a uma altura em que mal conseguimos conviver com os nossos pares, e após um periodo de férias, chegamos com uma nova vontade, um novo espirito. E até dessas pessoas nós sentimos saudades. Ou seja, quanto mais tempo passamos com as pessoas, mais nos vamos tentando acomodar aos nossos vicios e tentando moldar as pessoas aos nossos gostos... Mas se não conseguimos atingir o patamar desejado, acabamos por criticar o que não nos agradou.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Gatronomia e encantos

Na minha incursão pelo país, tenho-me deparado que muitas pessoas têm tido a mesma ideia que eu. em conversa entre colegas, falavamos da gastronomia e da beleza do nosso país.
Sem dúvida que o nosso cantinho é cheio de surpresas e de boa gastronomia. Temos realmente locais unicos. Não é novidade que estou a viver no Alto Alentejo e aqui a comida é bem condimentada e gostosa. Mas tenho tentado também defender a minha região: as Beiras. Mas claro que não podemos comparar as regiões. Cada uma é especial à sua maneira. Desde o norte ao sul. e claro que cada um de nós defenderá com garras e dentes o que mais se compara com as nossas raizes.
Tenho visitado várias cidades e locais e tenho visto que cada um tem a sua beleza. Tem o seu encanto. Tem os seus sabores. Mas temos a inquestionável vontade de poder comparar com os nossos sabores, os nossos encantos, as nossas raizes...
Estive no Porto e em Aveiro e claro que gostei bastante. Mostrou-se um novo local e uma nova beleza. e daí a poder dizer que este é mais um canto a visitar e a saborear todos os momentos.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Manifestação de professores

Ao fim-de algum tempo sem escrever nada, decidi emitir a minha opinião sobre toda uma panóplia de coisas às quais eu tenho manifestar o meu desagrado... Fui à manif a Lisboa e realmente fiquei admirado e até contente de ver toda uma classe a lutar por algo no qual não se revê... De uma vez por todas, nós, professores, não somos contra a avaliação. Mais. Até achamos que deve haver uma melhor avaliação de desempenho, mas não neste ambiente de desconfiança, de burocracia, de falta de motivação, de falsidade e de imposição. Andamos a ocupar mais tempo com papeis, papelinhos e papeladas em vez de nos dedicarmo-nos ao que realmente nos levou a seguir este caminho. Ou seja, os nossos alunos. Muitas vezes, quando falo com amigos e lhes digo que estou a ocupar dois terços do meu tempo a criar novas grelhas, a fazer planificações, a construir critérios, a escrever relatórios, a preocupar-me com a avaliação, etc., dizem-me que estou a exagerar e que "nós", professores, não nos deveriamos queixar, pois temos uma boa vida, que ganhamos bem e que temos muitas ferias. E agora pergunto eu: será que trabalham mais de 60 horas semanais a preparar coisas? e quando chegam a casa, terão de levar trabalho? (ainda que levem trabalho para casa, não acredito que sejam pagos ao mesmo nivel de um professor...).
Mas não é isso que está em causa. Estava a falar da manif e do que motivou os professores a participarem. Eu fui e encontrei muitos colegas meus. sentimos o mesmo. O país está a ser enganado com falsas verdades. Senão vejamos. O primeiro-ministro diz que o ano passado 20000 mil professores foram avaliados. É verdade. Mas será que as pessoas sabem como é que foram avaliados esses professores? E em que condições? Será que sabem quais foram os critérios? Saberão que a grande maioria só teve bom porque as escolas quiseram guardar as cotas para este ano lectivo? e já perguntaram a essas pessoas como se sentiram depois? E depois da experiencia de ter sido avaliado, não estarei no meu direito de perguntar se voltará a ser a mesma fantochada do ano anterior? É que todos ficamos com a nítida sensação de que só fomos avaliados para a estatística. O conteudo não foi importante. E este ano parece que temos uma panóplia de coisas para fazer, sendo muito identico ao ano de estágio... No meu entender, estão a passar um atestado e burrice e de incompetência a todas as universidades e politecnicos do nosso país (não falarei aqui sobre o famoso exame que o Ministério quer sugeitar os professores que querem entrar no quadro...)
Em resumo, temos de apresentar planificações, grelhas, melhorias de notas, fichas, auto-avaliações e mais uma serie de coisas a uns colegas que, possivelmente, não saberão mais do que eu... Atrevo-me a dizer que até é possivel que eu até tenha mais aptidões e recursos do que eles... E ambos sabemos dessa realidade. Não desejo mal aos meus colegas, pois sei que têm um papel ingrato e nada fácil... Foi por estas razões mais algumas que me fui manifestar... E se acharem que são poucas, então pergunto o que deveriamos nós fazer...