segunda-feira, 20 de outubro de 2008

À mesa com o fado

Diria que há muito desejava poder viver um fim-de-semana em Lisboa onde pudesse viver no coração bairrista. É incrivel como se cheira a fado por todas as vielas de Alfama. Não é menos verdade que todas as casas de fado estão cada vez mais inflaccionadas, com preços exurbitantes, mas ouvir o fado por todo o Bairro é algo típico. Ir a uma casa de fado, beber um bom vinho, ter uma boa companhia, passar pela nostalgia, ouvir letras únicas, sentir todo um bairrismo... É algo inesquecível. Mas não só! tudo é perto deste centro. Ir até ao Panteão, ver as pechinchas que a Feira da Ladra apresenta, sair a pé até ao Chiado, almoçar pelos paradores e depois voltar às casinhas bairristas. Claro que até o próprio Bairro Alto cheira a fado! Mas é em Alfama que encontramos os segredos da música portuguesa. Para além do mais, o Museu do Fado é mesmo ali ao lado, onde se pode beber um pouco sobre esse género musical que tanto caracteriza os portugueses. Sabiam que este género vem do século XVIII e que se cantava nas tasquinhas, no meio de bebedos e de prostitutas? Que em tempos o fado se dançava? Que as primeiras letras eram de caríz popular? Que o fado também era cantado ao piano? Muitas coisas se podem descobrir no Museu do Fado. Um fim-de-semana passado no coração de Alfama, a ouvir fado, ter uma boa companhia, ver os pequenos pátios, ir a ouvir fado durante a estadia, uma visita ao Museu do Fado faz de Lisboa uma cidade encantadora, onde se viaja ao mais puro do que a cidade nos pode dar... Visitem Lisboa. Saiam de casa. Pois aqui a pergunta se impõe: há quanto tempo os próprios lisboetas não saem de casa e se passeiam pela sua cidade? Dizem que estão fartos de turistas, do trânsito, do individualismo, mas passam os fins-de-semana em casa ou nos centros comerciais... Lisboa é linda, com uma luz única que só é vista pelos olhos dos que estão mais atentos... Aqueles que tiram um tempinho e a desejam descobrir.

Bem Haja, Bruno.

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