quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Hoje... Amanhã...

Todos os dias me levanto a perguntar porque me sinto tão só... Saio de casa, começo o meu dia, de uma forma quase telegráfica. Vagueio como um espectro por entre ruas e corredores, sempre rodeado de transeuntes que se fazem notar, por onde passam. Sinto que dou passos solitários. Paro. Penso. E continuo o meu caminho, errante e sozinho... Reflicto e finjo que as conclusões me vão amadurecendo, tornando mais amargo e crescido. As perguntas ecoam na minha cabeça. Todos querem uma resposta. Não há paciência. Ao longo dos segundos que vão passando, refugio-me no meu canto, nos meus sonhos e desejos, onde atenuo o lado negro de toda esta sensação. Neste meu mundo, estou protegido. Aqui, ando pelas linhas do raciocínio. Do meu raciocínio. Não tenho de responder a ninguém. Errante e possivelmente errado. Ficam sempre as ultimas palavras. Fica sempre o ultimo suspiro, que vem do âmago. Insatisfação, talvez. Despedimo-nos sem grande efusão. Isto porque a solidão pode ser agradável, mas também pode ser algo assustador. Há o medo de ficar só, de ficar privado da companhia das pessoas que nos rodeia. Isso traz angustia e tristeza. Muitos são os errantes da vida que partilham o mesmo sentimento. E todos paramos. Analisamos para ficar tudo igual. Não incomodamos. Deixamos que as coisas aconteçam e que, possivelmente, voltem ao seu lugar, de onde nunca deveriam ter saído. É cómodo.
E segue-se em frente. No momento em que nos afastamos, um falso sorriso de satisfação fica estampado no rosto. Para-se. Pensa-se. E, como estando só, vai-se planeando outros afazeres para ocupar o vazio que esse sentimento guarda cá dentro. O sorriso vai-se desvanecendo. Procura-se então o refugio. Caminha-se rapidamente para um lugar de conforto, onde nada, nem ninguém, pode invadir e ditar regras. Ao entrar nesse mundo, fecham-se as portas ao ambiente que lá fora se torna agoniante. Por hoje, encerra-se mais um capitulo. Por fim, o descanso. A protecção está ao alcance de cada um. Basta lutar contra os medos e contra a solidão. Mas por hoje, só hoje, quero estar só. É a frieza, eu sei... Mas amanhã será um novo dia, com novos pensamentos.

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