segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Fado



E eis que o Fado é reconhecido como bem imaterial para a Humanidade. Tal feito deixa qualquer português orgulhoso, ao saber que a música também é algo reconhecido para um país.
Tem-se reconhecido que o fado já teve diversas fases e que em cada uma delas, todos sentiam que a musica teria um crescimento e que haveria de ser grande, bela e cantada por diversos lugares onde antes nunca se teria imaginado chegar. e desta forma, se levou também o nome de Portugal a outros pontos.
Como curiosidade, o Fado não tem nascença datada. Supõe-se que tenha aparecido nos finais do século XVIII, primórdios do século XIX, nos antigos bairros de Lisboa, junto ao Castelo. É dado o seu nascimento nos meios da alcoolemia, da promiscuidade, da pobreza, onde se cantava a desgraça, a tristeza, a dor ou a saudade. Uma das primeiras musicas terá sido o Fado do Marinheiro. Geralmente, um quadro completo é composto por um viola, um guitarra portuguesa e uma voz. A primeira fadista a ser reconhecida como tal - e registada em diversos documentos de época - foi Maria da Severa Onofriana, prostituta e amante de diversos fidalgos importantes da época. Cantou pela Mouraria e todos se enfeitiçavam pelo seu canto. O fado, passou das tabernas para grandes salões, com a importância dos fidalgotes que se pavoneavam por Lisboa. Reconhece-se a saída da penumbra e a entrada no mundo mais sofisticado. Nos anos 30 do século passado, Ercília Costa internacionalizou o fado, levando-o em digressão até França, Estados Unidos e Brasil.
Vários foram os que lutaram para se fazer impor tal música. Desde nomes já conhecidos como Alfredo Marceneiro, a Amália Rodrigues, Francisco José, Carlos do Carmo, Hermínia Silva, entre tantos outros... A nomes actuais que conquistam o publico mais novo, como Mariza, Ana Moura, Joana Amendoeira, Camané, Cátia Guerreiro... Ou até às novas tendências que têm como influência o Fado: Donna Maria ou mesmo o Projecto Amália.
Claro que o fado foi evoluindo. e mesmo no seu meio, a evolução nem sempre foi vista com bons olhos. Nos bastidores, a mudança até é vista com receio e alguns lutam por manter uma identidade que, olhando o historial do Fado, este foi sempre um género musical em constante mutação e sempre em pleno crescimento. Todo o seu caminhar foi feito por gente que sentia as palavras, cantando poetas ora esquecidos, ora contemporâneos, independentemente da época.
Foi um duro trabalho realizado por todos os que alguma vez estiveram envolvidos no mundo da fadistagem. Deve-se reconhecer a todos um pouco o grande nome de FADO. E pertence a todos os portugueses que sentem como seu, com a música que sai do tocar de uma viola, do trinar das guitarras portuguesas e das vozes melancólicas e timbradas que se encontram em todas as vielas de Lisboa.
Ao Fado, os nossos parabéns :)

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