quinta-feira, 23 de junho de 2011

Os outros



A visão que temos do outro merece a sua reflexão. Nunca como agora, onde cada um tem direito a ter a sua opinião pessoal, se tem tido uma visão tão subjectiva do outro. Avalia-se tudo e todos segundo padrões, pensamentos, modos de estar, sentimentalmente, estatuto social ou mesmo económico, numa avaliação pessoal e intransmíssivel.

Caminha-se pela rua com o desejo de saber o que o outro pensa a respeito de pormenorizado assunto, o que se passará na cabeça num determinado momento, ou qual o conhecimento que o outro tem das coisas, segundo os padrões em que cada um se rege. E ainda assim, muitas vezes avalia-se uma pessoa por uma primeira atitude ou mesmo um primeiro momento mal iniciado. Não confiro a essas pessoas a inteligência.

Tudo isto se deve à velocidade em que as coisas são vividas e também às exigências que cada um faz para com os outros e para consigo. Nem sempre se tem toda a informação e a uns julgam-se no direito de imaginar que os outros não estão à altura. Pobres de espírito. Mas também há os outros, onde a inteligência não foi abonatória, que andam vagueando pelas ruas, colocando-se no seu andor e que vão caminhando, julgando-se mais espertos que os outros. Parvos. Há também os que formulam uma opinião sem nunca terem dado hipótese de saber qual o conhecimento que se pode tirar de uma boa conversa. Estupidez e falta de timing.

Porque Também tenho vontade de ser curioso e de conhecer o circulo em que me rodeio. Porque também tenho um cérebro e que gosto muito de utilizar. Porque também ando nas ruas a observar os outros que passam por mim e qual a sua postura em diversos momentos. Porque também vejo o que me está por diante, onde avalio e analiso as situações que acontecem. Por tudo isso e pelos momentos que vou vivendo, vou criando a minha vida com todo o conhecimento que me for oferecido, sem que com isso tenha de levar com posturas altivas e sem nexo, com falta de humildade e de sinceridade, onde o gosto que se tem pelas coisas, está na simplicidade de as fazer com naturalidade. Somos o que somos e devemos muito à proporção que nos é dada a eleger.

Há um mundo lá fora, sabiam?

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