segunda-feira, 20 de junho de 2011

Desprovido de sentimento



E eis que o sentimento deu lugar ao carnal, ao animalesco. O mais vil desejo está entranhado no sangue que corre nas veias, dando lugar ao desconforto de poder amar e ser amado. Não há lugar à entrega, pois o receio de voltar a fazê-lo é maior do que o desejo de voltar a sentir.

O medo.

Ambiciona-se uma mudança, um sinal de que as coisas sejam mais ternurentas, sentidas, sorridentes perante a vontade de partilhar algo. Mas, após alguns percalços no mundo do sentimento, o amargo torna-se num todo.

Não. Não e não. Talvez...

As voltas que se deve dar para tentar entender o que de errado se encontra nos passos que, ao longo de uma caminhada singela, vão sendo obscuras e negras, onde as candeias não iluminam as estradas que cada um traça para a sua vida. Porquê? Qual a resposta? Onde reside o botão do reset? Alguém tem a resposta?

O mundo dos homens é confuso, perante a adversidade do sentimento.

Há quem procure momentos carnais, de verdadeira tesão, de sexo animalesco, podendo jogar todos os trunfos mais baixos e vis para conseguir uma noite de prazer. Ou quem procure o lado belo de uma história, onde está contemplado o sentimento e o desejo. Ou ainda quem esteja confuso com o sentimento, buscando entender o que lhe está reservado, alimentando-se de tudo o que tem direito. Muitos até levam a vida no fio da navalha, aproveitando todos os momentos que lhes seja possível aproveitar. Também há quem não se queira entregar, simplesmente para não se magoar, colocando as cartas sobre a mesa, sem nunca mudar um milímetro do seu rumo.

Confusos, este homens...

No fundo, todos se alimentam do que mais lhes agrada. Não é difícil de dizer que, numa determinada altura, cada um poderá passar por essa proeza. Importante é manter a cabeça fria e saber aceitar a sua realidade, de forma a que construa um caminho que coincida com o momento que se está a viver.

Talvez. Talvez e talvez. Sim...

Porque me diziam que pode existir sexo sem amor, também o contrário é possível. Logo, encontramos uma amalgama de possibilidades que cada um pode dar uso, pintando o seu quadro ao sabor da sua vivência. Não somos obrigados a gostar da imagem que os outros apresentam. Mas respeitar é imperativo.
Sim. Sim e sim. Quiçá?

3 comentários:

  1. O que me faz sempre lembrar a eterna questão do fazer amor ou fazer sexo. Existirá diferença? Diria que a diferença se encontra no sentimento ou na falta dele ... E pensar que há quem viva uma vida inteira sem nunca ter conhecido este nobre sentimento que muitas vezes nos leva a cometer loucuras.

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  2. Eu continuo a achar que o coração fala sempre mais alto...

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