quarta-feira, 22 de abril de 2009

Verdades inabaláveis

O que é que faz as pessoas terem falta de confiança? Porque é que cada vez menos se confia uns nos outros? Com que direito metem as palavras em causa? Ou dizem que se está a mentir? Fico triste e magoado por ver que não há confiança e apoio nos momentos em que se fala verdade. Tentam procurar tudo o que está ao seu alcance para pôr à prova, para testar, para procurar o que para alguns é uma verdade incondicional. E não dão valor ao sentimento que se tem proferido até então. Não se colocam na pele da outra pessoa. Saem a correr dizendo que sabem o que se passa e que não se entende nada do que estão a explicar. Em vez de procurar o que está errado, seria mais simples procurar aproveitar o momento, tentar desfrutar do que se tem e do sentimento que está presente. Desta forma, e quando não se tem confiança e se toma algumas posições, acabamos por minar tudo o que está à nossa volta, colocando em questão tudo o que foi feito até então. Leva as pessoas a pensar sobre as coisas, a reflectir se valerá todo o esforço que se faz.
Mas são sobretudo as atitudes seguintes a essas desconfianças que magoam ainda mais. As tomadas de posições, as análises que se fazem, as certezas que se começam a criar que deixam a pensar... Não se deve ter uma opinião como um dado adquirido. Antes de se julgar, deve-se perguntar, dialogar e deixar os outros explicarem-se, sem fazer um livro romanceado de tudo o que está a imaginar.
Muitas vezes, esses livros, são simples ficção, meras histórias inventadas na cabeça de cada um. E no final, quando chegamos ao clímax, podemos desiludir tudo e todos, mostrando que afinal não se tem confiança na história que acabam de escrever... Há que pensar sempre no final e nas consequências de tais actos, pois pode trazer dissabores no momento da leitura...

1 comentário:

  1. "...Há que pensar sempre no final e nas consequencias de tais actos, pois pode trazer dissabores no momento da leitura..."
    Caro Francisco, não deixando de concordar contigo, não é menos verdade que muitas das vezes as pessoas não são sinceras umas com as outras.
    A sinceridade exige verdade e então foge-se dela porque não agrada a ninguem.
    Retirar a sinceridade da amizade é torná-la uma virtude teatral; é desfigurar essa rainha dos corações; é tornar quimérica a união das almas; é introduzir o artíficio no que há de mais santo e a perturbação no que há de mais livre.

    João

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