sábado, 16 de fevereiro de 2008

Cada um com a sua panca

Há pessoas que passam na nossa vida e nem damos conta o quanto elas são simples conhecidos... Mas outras passam e acabam por fazer toda a diferença e melhorar a pessoa que somos ou que vamos construindo. Muitas têm o condão de nos dar bons conselhos. Outros há que nem sequer queremos voltar a falar... Mas todos temos uma palavra a dizer quando as coisas não estão dentro dos nossos parâmetros. Esquecemos muitas vezes que o pensamento dos outros pode ser diferente, que pode mudar num simples gesto ou que por um simples comentário as coisas podem mudar... Basta uma palavra mal dita, no momento errado, numa devida situação e ficamos logo com a ideia que as coisas não deveriam ter corrido assim... Mas crescemos a cada acto que tomamos e devemos retirar dessas experiências o lado bom das coisas. Mesmo algo de negativo tem algo para nos ensinar. Vamos crescendo com as experiências que vamos vivenciando, que vamos partilhando, que vamos sentindo e também que vamos aprendendo... Gosto de viver um dia de cada vez, mas o que me garante que estou a viver da forma correcta? Outros há que possivelmente não concordarão com a a minha forma de viver e de agir... Mas também posso não concordar com a vivência dessas pessoas.
A cada um é-lhe conferido uma consciência e que é utilizada de forma pessoal... Não nos cabe a nós julgar os outros, mas devemos viver segundo os nossos valores, e aceitar que há diferenças e que há diversas vivências, experiências, momentos, sentimentos que podem não estar dentro do nosso padrão...

2 comentários:

  1. não tenham medo de tropeçar e cair ... o que importa mesmo é continuar!!
    resolvi partilhar convosco estas palavras de incentivo que recebi...o que este texto nos diz já não é novidade nenhuma, mas há alturas que temos que ouvir de novo.

    SUBIR PELO LADO QUE DESCE

    Viver é subir uma escada rolante pelo lado que desce.
    Ouvindo esta frase, imaginei qualquer pessoa nessa acrobacia que as crianças fazem ou tentam fazer: escalar aqueles degraus que nos puxam inexoravelmente para baixo. Perigo, loucura, inocência, ou uma boa metáfora do que fazemos diariamente?
    Poucas vezes me deram um símbolo tão adequado para a vida, sobretudo naqueles períodos difíceis em que até pensar em sair da cama dá vontade de desistir. Tudo o que quereríamos era taparmos a cabeça e dormirmos, sem pensarmos em nada, fingindo que não estamos nem aí...
    Porque Tanatos, isto é, a voz do poço e da morte, nos convoca a cada minuto para que, enfim, nos entreguemos e acomodemos. Só que acomodar-se é abrir a porta a tudo aquilo que nos faz cúmplices do negativo. Descansaremos, sim, mas tornando-nos filhos do tédio e amantes da pusilanimidade, personagens do teatro daqueles que constantemente desperdiçam os seus próprios talentos e dificultam a vida dos outros.
    E o desperdício da nossa vida, talentos e oportunidades é o único débito que no final não se poderá saldar: estaremos no arquivo-morto.
    Não que não tenhamos vontade ou motivos para desistir: corrupção, violência, drogas, doença, problemas no emprego, dramas na família, buracos na alma, solidão no casamento a que também nos acomodamos... tudo isso nos sufoca. Sobretudo, se pertencermos ao grupo cujo lema é: Pensar, nem pensar... e a vida que se lixe.
    A escada rolante chama-nos para o fundo: não dou mais um passo, não luto, não me sacrifico mais. Para quê mudar, se a maior parte das pessoas nem pensa nisso e vive da mesma maneira, e da mesma maneira vai morrer?
    Não vive (nem morrerá) da mesma maneira. Porque só nessa batalha consigo mesmo, percebendo engodos e superando barreiras, podemos também saborear a vida. Que até nos surpreende quando não se esperava, oferecendo-nos novos caminhos e novos desafios.
    Mesmo que pareça quase uma condenação, a ideia de que viver é subir uma escada rolante pelo lado que desce é que nos permite sentir que afinal não somos assim tão insignificantes e tão incapazes.
    Então, vamos à escada rolante: aqui e ali até conseguimos saltar degraus de dois em dois, como quando éramos crianças e muito mais livres, mais ousados e mais interessantes.
    E porque não? Na pior das hipóteses, caímos, magoamo-nos por dentro e por fora, e podemos ainda uma vez... recomeçar.

    Lya Luft
    Pensar é transgredir
    Lisboa, Presença, 2005

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  2. Como caminhar em frente se queres levar sempre atras de ti o passado? Pensa nisso! Felicidades!

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