domingo, 1 de maio de 2011

O que é que fica?

O cansaço é visível.
A saturação começa a trazer os seus dissabores.
A procura ou o encontro começa a ser desprovido de sentimento.
O frio e a desconfiança estão latentes.
Tudo é motivo para parar e pensar, muito, sobre algo que deveria ser simples e de decisão fácil.

E aí, reside a insatisfação.

O tempo é rápido.
As vontades soam a falso.
O simples desejo pode motivar a mais vil mentira ou a maior ilusão.
Tudo é válido, até a mais dura (in)verdade.

E aí, reside a desilusão.

Ainda assim, há momentos bons.
Pequeno-almoços surpreendentes.
Conversas (desconhecidas) que nos servem de um bom desabafo.
Uma tarde a não pensar e descansar, contemplando simplesmente.
Uma esplanada onde a cumplicidade pode descansar a alma.
Um jantar animado e inteligente, onde os sorrisos estão presentes.

E aí, reside a vivência.

Mas tudo não passa de histórias.
Histórias como as que estão nos azulejos decorativos do nosso país.
Todos sabemos que contêm (a sua) história, mas estarão levados ao esquecimento.
E a sua quantidade é ínfima e morosa.
O que nos leva a escolher o melhor painel, como base de referência.
Desejando que essa história seja a única retratada em cada traço.
Mas nem sempre encontramos o melhor barro para a sua feitura.

E aí, reside o cansaço...

3 comentários:

  1. Foi com agrado que li o teu texto, e, mais uma vez verifico o quanto tens evoluido na tua escrita. A visão do que te rodeia é crua e verdadeiramente real. O cansaço está realmente presente, e cada vez é mais notório.

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