O mundinho em que cada ser humano vive tem provações e desafios que são verdadeiros testes à robustez e ao crescimento individual, inerente ao que o mundo ocidental acredita ser uma pessoa adulta. Há momentos em que cada um tem de saber lidar com a realidade e saber gerir acontecimentos. A sinceridade e a frontalidade das coisas obriga, qualquer um, a repensar nos actos e nas prioridades. E isso, ou faz crescer, ou fortalece, ou passa dias a pensar em como saber lidar com as coisas que o rodeia.
Todos os dias se cresce um pouco mais. Quando alguém não contacta, é simples: não quer ser incomodado. Quando há desconforto por qualquer motivo, é simples: evita-se tocar no assunto ou ignora-se. Quando não se é desejado, é simples: não se impõem a presença. Pois quando não se tem paciência, é simples: não se responde. Este é um padrão que se encaixa a todos.
Mas no meio de tanta sinceridade e frontalidade, crescer deixa-nos amargos, descrentes de possíveis relações, da alegria entre pares. Pergunto-me muitas vezes, se as pessoas estão realmente dispostas a conhecer os outros, sem influências externas. Não creio, que se tenha paciência na construção de uma relação. O que me assusta é que aqui também se incluem as relações de amizade...
"Não tenho paciência para isto...", "não tenho idade para aquilo...", "olha o figurino...", "não gosto de..., logo ninguém gosta", "Eu é que sei!...", "pois, mas comigo é pior..." são frases que, hoje em dia, fazem parte de uma relação. Será que perdemos a bondade, a generosidade, alegria do outro, a vontade de conhecer melhor os outros, de os entender? Ou simplesmente usamos o outro até onde nos é vantajoso? Teremos todos segundas intenções no momento de agir?
Acredito que, lá fora, haja sempre uma ponta de esperança, onde as pessoas são simples, com algum sentimento.
Esta é a minha reflexão de fim-de-ano.
Desejo um ano novo cheio de novas recordações.
Nada como mostrar mais uns pensamentos num local onde possa extravasar... hehehe Deste feito, posso descarregar fustrações, pensamentos, passagens minhas, coisas que são importantes e que me dizem respeito...
segunda-feira, 26 de dezembro de 2011
Reflexão de fim-de-ano
quinta-feira, 8 de dezembro de 2011
Oro Santo
Buika brindou no mês de novembro o público em geral com uma compilação dos trabalhos realizados ao longo da sua carreira. Neste CD, tem algumas novas produções que até aqui não estavam à venda.
Continua a encantar com a sua voz quente e rouca.
Deixo-vos a musica que mexeu neste momento.
segunda-feira, 28 de novembro de 2011
Fado
E eis que o Fado é reconhecido como bem imaterial para a Humanidade. Tal feito deixa qualquer português orgulhoso, ao saber que a música também é algo reconhecido para um país.
Tem-se reconhecido que o fado já teve diversas fases e que em cada uma delas, todos sentiam que a musica teria um crescimento e que haveria de ser grande, bela e cantada por diversos lugares onde antes nunca se teria imaginado chegar. e desta forma, se levou também o nome de Portugal a outros pontos.
Como curiosidade, o Fado não tem nascença datada. Supõe-se que tenha aparecido nos finais do século XVIII, primórdios do século XIX, nos antigos bairros de Lisboa, junto ao Castelo. É dado o seu nascimento nos meios da alcoolemia, da promiscuidade, da pobreza, onde se cantava a desgraça, a tristeza, a dor ou a saudade. Uma das primeiras musicas terá sido o Fado do Marinheiro. Geralmente, um quadro completo é composto por um viola, um guitarra portuguesa e uma voz. A primeira fadista a ser reconhecida como tal - e registada em diversos documentos de época - foi Maria da Severa Onofriana, prostituta e amante de diversos fidalgos importantes da época. Cantou pela Mouraria e todos se enfeitiçavam pelo seu canto. O fado, passou das tabernas para grandes salões, com a importância dos fidalgotes que se pavoneavam por Lisboa. Reconhece-se a saída da penumbra e a entrada no mundo mais sofisticado. Nos anos 30 do século passado, Ercília Costa internacionalizou o fado, levando-o em digressão até França, Estados Unidos e Brasil.
Vários foram os que lutaram para se fazer impor tal música. Desde nomes já conhecidos como Alfredo Marceneiro, a Amália Rodrigues, Francisco José, Carlos do Carmo, Hermínia Silva, entre tantos outros... A nomes actuais que conquistam o publico mais novo, como Mariza, Ana Moura, Joana Amendoeira, Camané, Cátia Guerreiro... Ou até às novas tendências que têm como influência o Fado: Donna Maria ou mesmo o Projecto Amália.
Claro que o fado foi evoluindo. e mesmo no seu meio, a evolução nem sempre foi vista com bons olhos. Nos bastidores, a mudança até é vista com receio e alguns lutam por manter uma identidade que, olhando o historial do Fado, este foi sempre um género musical em constante mutação e sempre em pleno crescimento. Todo o seu caminhar foi feito por gente que sentia as palavras, cantando poetas ora esquecidos, ora contemporâneos, independentemente da época.
Foi um duro trabalho realizado por todos os que alguma vez estiveram envolvidos no mundo da fadistagem. Deve-se reconhecer a todos um pouco o grande nome de FADO. E pertence a todos os portugueses que sentem como seu, com a música que sai do tocar de uma viola, do trinar das guitarras portuguesas e das vozes melancólicas e timbradas que se encontram em todas as vielas de Lisboa.Ao Fado, os nossos parabéns :)
quinta-feira, 24 de novembro de 2011
Análise completa
Agradeço os bons momentos.Agradeço os descobrimentos e os conhecimentos.Agradeço os truques e as dicas ensinados.Agradeço Buika, Ana Moura e demais musicas ouvidas.
Agradeço as festas que se realizaram e que foram a maior animação.
Agradeço as pessoas que conheci desde então.
Agradeço os passeios e jantar entre amigos, bem regados.
Agradeço os fantasmas que foram resolvidos.
Agradeço as conversas longas e sapientes.
Agradeço a paciência.
Agradeço a descoberta e libertação.
Não entendo as atitudes seguintes.
Não compreendo as mudanças repentinas.
Não me revejo em mentiras inócuas.
Nao estou para isso.
O passado também tem os seus quês... E na loucura, descobre-se que se pode ser frágil. E isso fortalece-nos.
Análise está completa.
terça-feira, 22 de novembro de 2011
Estou de volta
Tanta coisa aconteceu desde o ultimo texto... Descobriu-se não haveria subsidio de férias e de Natal para a função pública nos próximos dois anos. O país atravessa um momento difícil, com um rumo duvidoso, onde todas a pessoas receiam do que virá aí, tendo como certeza que ficaremos todos com menos 4 feriados. A Selecção Portuguesa conseguiu o apuramento para o Europeu de 2012, a muito custo. Afinal, o senhor Lima não só é criminoso no Brasil, como o é também no seu país (isso revela que uma pessoa é a mesma nem que seja na China) Cadafi morreu, pelas mãos dos seus. A Palestina já conseguiu representação perante os membros da ONU.A Europa vive os seus piores momentos desde a sua criação. A Crise começa agora a alastrar-se a outros países que não nos vinha à ideia de poder acontecer. Berlusconi foi obrigado a demitir-se e Itália tem um tecnocrata a governá-la, de seu nome Monti. A Bélgica não tem governo há mais de 515 dias e arrisca-se a ter de pagar uma multa avultada por incumprimento de apresentação de orçamento. A Hungria pediu apoio da Troika. A Grécia deixou de ter um Papadeou para ter um Papademos...
Claro que todas estas noticias chegam da mesma maneira a todos e até somos bombardeados com elas a toda a hora. E todas elas só na esfera directa e de relações da Europa... Mas, à minha volta, vejo que as pessoas não gostam da informação que todos os dias nos entra em casa. Mas essa é a unica fonte que nos ajuda a fazer uma história. Dentro de anos, pensaremos que fizemos parte de uma época onde as coisas ocorriam mais rápido do que antes...
Mas não foi só desde julho que as coisas tiveram algum reboliço. A nível individual, a evolução foi um misto de sensações e de bastante trabalho. O sucesso também me bateu à porta e isso repôs algum equilíbrio nos pensamentos. Senti a falta de muita coisa. Deixei de ter saudades de outras. Usei novas técnicas de relaxar e de ouvir o outro.
No fundo, alguns momentos do primeiro trimestre do ano obrigaram-me a encarar e reorganizar algumas ideias. Andei perdido. Ponderei e analisei algumas coisas de forma a encarar melhor algumas questões que me deambulavam por aqui. Ajudou a crescer, algo que custa a todos. Obrigou-me a vasculhar todo um passado e um presente. O desafio prendeu-se no encarar as coisas e ter outra atitude e postura perante as coisas. Não adianta estar aborrecido, ao realizar uma tarefa. Agora, o importante é pensar nos objectivos que se desejam e lutar por esse caminho, tal como um projecto individual que todos devemos ter.
Mas esse é o desafio de todos, todos os dias. Novos desafios trazem novas possibilidades e novas ideias. Descobri que é vigorante, que a aprendizagem é algo desafiante, que o conhecimento é insaciável e que ajuda no ânimo de qualquer um.
O tempo continua a ser pouco, mas mais proveitoso.
Estou de volta. Espero poder voltar a escrever coisas que me vão deambulando na cabeça e que por mim, merecem reflexão. Desafiem-me a comentar algo ou a escrever sobre uma temática. Teria todo o gosto.
quarta-feira, 28 de setembro de 2011
Uma estrela no céu
Durante a noite, sobre o manto de estrelas, nasce um ponto brilhante no meio de tantos outros. Várias vezes tinha contemplado o céu e nunca tinha notado nesta nova descoberta. Observo de novo o astro e pergunto-me: Qual o motivo do seu nascimento? Como pode aparecer uma estrela, assim, sem anunciar? Fiquei a contemplá-la. Foi brilhando, explodindo pelo seu fulgor. E de repente, uma tristeza invadiu-me...
Sem conseguir explicar, do meu rosto soltou-se uma lágrima. Deixou-me nostálgico, algo melancólico. Recordei, sem entender o porquê, os que partiram e os que, possivelmente, salpicam o céu. Imaginei que cada estrela representava alguém que era querido. Pelos diversos motivos: uma partida não anunciada, uma morte inesperada, uma dor que ocupa o peito na impossibilidade de nada poder fazer...
Voltei a contemplar as estrelas e, olhando para o novo astro, veio a meu peito a saudade dos que me eram mais queridos. Esbocei um sorriso pelos momentos esplendorosos que foram partilhados. Mas senti a dor de não ter estado mais presente, de não ter partilhado outras coisas que não foram vividas. Queria poder voltar atrás e poder viver mais, com mais aventuras. Porque agora, quando olho para trás, sinto que não dei tudo.
Por fim, imaginei que cada estrela que brilhava no céu estaria a vigiar os que mais ama. Desejei que o manto aí estivesse para nos velar. Com a tristeza da dura realidade de mais um ente-querido ter sucumbido, mais uma estrela veio guardar-nos e brilhar junto dos que agora sentem a perda...
@ Paula e Edgar
quinta-feira, 23 de junho de 2011
Os outros
A visão que temos do outro merece a sua reflexão. Nunca como agora, onde cada um tem direito a ter a sua opinião pessoal, se tem tido uma visão tão subjectiva do outro. Avalia-se tudo e todos segundo padrões, pensamentos, modos de estar, sentimentalmente, estatuto social ou mesmo económico, numa avaliação pessoal e intransmíssivel.Caminha-se pela rua com o desejo de saber o que o outro pensa a respeito de pormenorizado assunto, o que se passará na cabeça num determinado momento, ou qual o conhecimento que o outro tem das coisas, segundo os padrões em que cada um se rege. E ainda assim, muitas vezes avalia-se uma pessoa por uma primeira atitude ou mesmo um primeiro momento mal iniciado. Não confiro a essas pessoas a inteligência.Tudo isto se deve à velocidade em que as coisas são vividas e também às exigências que cada um faz para com os outros e para consigo. Nem sempre se tem toda a informação e a uns julgam-se no direito de imaginar que os outros não estão à altura. Pobres de espírito. Mas também há os outros, onde a inteligência não foi abonatória, que andam vagueando pelas ruas, colocando-se no seu andor e que vão caminhando, julgando-se mais espertos que os outros. Parvos. Há também os que formulam uma opinião sem nunca terem dado hipótese de saber qual o conhecimento que se pode tirar de uma boa conversa. Estupidez e falta de timing.Porque Também tenho vontade de ser curioso e de conhecer o circulo em que me rodeio. Porque também tenho um cérebro e que gosto muito de utilizar. Porque também ando nas ruas a observar os outros que passam por mim e qual a sua postura em diversos momentos. Porque também vejo o que me está por diante, onde avalio e analiso as situações que acontecem. Por tudo isso e pelos momentos que vou vivendo, vou criando a minha vida com todo o conhecimento que me for oferecido, sem que com isso tenha de levar com posturas altivas e sem nexo, com falta de humildade e de sinceridade, onde o gosto que se tem pelas coisas, está na simplicidade de as fazer com naturalidade. Somos o que somos e devemos muito à proporção que nos é dada a eleger.Há um mundo lá fora, sabiam?
segunda-feira, 20 de junho de 2011
Desprovido de sentimento
E eis que o sentimento deu lugar ao carnal, ao animalesco. O mais vil desejo está entranhado no sangue que corre nas veias, dando lugar ao desconforto de poder amar e ser amado. Não há lugar à entrega, pois o receio de voltar a fazê-lo é maior do que o desejo de voltar a sentir.O medo.Ambiciona-se uma mudança, um sinal de que as coisas sejam mais ternurentas, sentidas, sorridentes perante a vontade de partilhar algo. Mas, após alguns percalços no mundo do sentimento, o amargo torna-se num todo.Não. Não e não. Talvez...As voltas que se deve dar para tentar entender o que de errado se encontra nos passos que, ao longo de uma caminhada singela, vão sendo obscuras e negras, onde as candeias não iluminam as estradas que cada um traça para a sua vida. Porquê? Qual a resposta? Onde reside o botão do reset? Alguém tem a resposta?O mundo dos homens é confuso, perante a adversidade do sentimento.Há quem procure momentos carnais, de verdadeira tesão, de sexo animalesco, podendo jogar todos os trunfos mais baixos e vis para conseguir uma noite de prazer. Ou quem procure o lado belo de uma história, onde está contemplado o sentimento e o desejo. Ou ainda quem esteja confuso com o sentimento, buscando entender o que lhe está reservado, alimentando-se de tudo o que tem direito. Muitos até levam a vida no fio da navalha, aproveitando todos os momentos que lhes seja possível aproveitar. Também há quem não se queira entregar, simplesmente para não se magoar, colocando as cartas sobre a mesa, sem nunca mudar um milímetro do seu rumo.Confusos, este homens...No fundo, todos se alimentam do que mais lhes agrada. Não é difícil de dizer que, numa determinada altura, cada um poderá passar por essa proeza. Importante é manter a cabeça fria e saber aceitar a sua realidade, de forma a que construa um caminho que coincida com o momento que se está a viver.Talvez. Talvez e talvez. Sim...Porque me diziam que pode existir sexo sem amor, também o contrário é possível. Logo, encontramos uma amalgama de possibilidades que cada um pode dar uso, pintando o seu quadro ao sabor da sua vivência. Não somos obrigados a gostar da imagem que os outros apresentam. Mas respeitar é imperativo.
Sim. Sim e sim. Quiçá?
quinta-feira, 26 de maio de 2011
Pensar
Há um vazio. Algo que está sem opinião. Todos os caminhos que se vislumbram no horizonte, estão estagnados, parados. Não se avança. Pensa-se, pensa-se, pensa-se e depois de muito pensar, não se consegue retirar uma conclusão, de forma a caminhar por um trilho que, ao menos, possa vir a ser uma aposta ganha. Ou não... Vive-se o momento. Trabalha-se, estuda-se, luta-se. E no meio disto tudo, pensa-se. São muitos minutos a pensar.E o que se pensa? Nas horas de trabalho que se tem, no prazer que ai advém. Na família e amigos que se encontram distantes. Nas histórias que todos os dias nos preenchem a memória. No desejo de se conseguir ver o que desejamos como futuro.Está-se ansioso por novos acontecimentos. e nada vem. Está-se suspenso a momentos que são oferecidos pela comunicação, ou por conversas estabelecidas com os pares, ou mesmo pelos textos (momentáneos ou não) que todos os dias se lêem.No meio disto tudo, quando penso - e com tanta informação - não consigo evoluir. Penso, penso, penso, mas não retiro uma conclusão de tanto pensar. E por isso, vivo. Não me esqueço dos assuntos. E se o Homem é curioso, eu também retiro a minha quota parte de curiosidade. Mas gosto de ter as coisas esclarecidas, bem estudadas, ou até mesmo desenvolvidas com toda a informação. Gosto de saber quais as causas ou as razões de tudo o que se tem vontade de saber. O porquê das coisas acontecerem. Qual a história ou o resultado que cada momento tem. Que futuro posso ambicionar para mim. Gostaria de apostar mais em mim, em muitos aspectos.Não deixarei de pensar. E quase arrisco a dizer que o resultado de tanto pensar, nunca terá uma satisfação plena, pois outros desafios serão colocados e continuar-se-á a pensar. Mas viva-se. Ao menos, aproveita-se para se sentir útil. E depois de tudo isto, chegar-se-á a uma reflexão: o grande culpado de tanto pensar não é tão somente que o tempo. Esse que nos persegue e nos obriga a ter de pensar tanto. De buscar o que sempre queremos. De ambicionar o desejo.
domingo, 22 de maio de 2011
A máquina de Amor Electro
Já me tinha esquecido de ir em busca dos cantores, grupos e bandas que via com frequência, quando ainda vagueava pelas ruas da Capital do Império. Este grupo foi uma evolução que fui presenciando e que, numa determinada fase da vida, a ligação foi cortada. Há coisa de dias, voltei a ter contacto com o grupo e vi esta musica, que me deixou, uma vez mais, encantado com o resultado. Marisa Pinto e a sua voz inconfundível. Muito bom. Recomendo que vejam a sua participação em diversos projectos.
terça-feira, 10 de maio de 2011
Nespresso via correio
Hoje recebi via correio um pequeno presente muito querido. Achei um máximo!! Desde o café ao postal (que já tenho postado no meu frigorífico), achei o gesto lindíssimo. Já me ri um bom bocado, pois as conversas são como as cerejas e tive de engolir as minhas próprias palavras, após uma conversa algo divertida. Bem haja pela surpresa, J.R. Foi muito divertida e bem escolhida.
domingo, 1 de maio de 2011
O que é que fica?
O cansaço é visível.
A saturação começa a trazer os seus dissabores.
A procura ou o encontro começa a ser desprovido de sentimento.
O frio e a desconfiança estão latentes.
Tudo é motivo para parar e pensar, muito, sobre algo que deveria ser simples e de decisão fácil.
E aí, reside a insatisfação.
O tempo é rápido.
As vontades soam a falso.
O simples desejo pode motivar a mais vil mentira ou a maior ilusão.
Tudo é válido, até a mais dura (in)verdade.
E aí, reside a desilusão.
Ainda assim, há momentos bons.
Pequeno-almoços surpreendentes.
Conversas (desconhecidas) que nos servem de um bom desabafo.
Uma tarde a não pensar e descansar, contemplando simplesmente.
Uma esplanada onde a cumplicidade pode descansar a alma.
Um jantar animado e inteligente, onde os sorrisos estão presentes.
E aí, reside a vivência.
Mas tudo não passa de histórias.
Histórias como as que estão nos azulejos decorativos do nosso país.
Todos sabemos que contêm (a sua) história, mas estarão levados ao esquecimento.
E a sua quantidade é ínfima e morosa.
O que nos leva a escolher o melhor painel, como base de referência.
Desejando que essa história seja a única retratada em cada traço.
Mas nem sempre encontramos o melhor barro para a sua feitura.
E aí, reside o cansaço...
quarta-feira, 13 de abril de 2011
Má Hora
No Domingo estreou a Má Hora, uma curta-metragem de animação, produzida na Moagem-Cidade do Engenho e das Artes, cujo processo criativo teve o seu arranque em Maio de 2010 e conclusão em Fevereiro de 2011 e tendo como realizadores Bruno Fonseca, Nuno Roque e Alexandre Leonardo. Esta curta-metragem enquadra-se na tradição oral da Serra da Gardunha, onde o misticismo e o fantástico se vai confundindo com as pessoas que habitam a Beira Baixa. Esta estória conduz-nos a uma adaptação dentro do contexto revisitado do mito, onde a mentalidade da época foi ficando e sendo passada ao longo das gerações. Revisita-se os contos que, à lareira, foram contados pelos ancestrais e que, devido ao medo incutido e alimentado nas aldeias em redor à serra, a noite foi conferindo e dando vida a cada canto mais escuro que o momento acarinha. A Má hora poderá estar a qualquer canto, em qualquer momento, sendo transversal os sentimentos que se pode passar nos dias de hoje, segundo os sentimentos mais temidos por cada um. Má hora é o resultado entre artistas locais, em que a ficha técnica é feita entre Câmara Municipal do Fundão, Bruno Fonseca, Nuno Roque e Alexandre Leonardo, com parceria da Escola João Franco e Externato Capitão Santiago de Carvalho. Merece uma visita à Moagem, onde está exposto todo o cenário e foto-montagens que foram aplicados na sua realização. Haverá sempre alguém que explicará todo o processo utilizado nas filmagens. Merece uma nota positiva.
Cenários
Cenários
Cenários
Figurinos
quinta-feira, 24 de março de 2011
Democracia
E pronto. Quando todos pensávamos que o país não poderia chegar mais fundo, eis que nos surpreendem com mais algumas atitudes que nos vão deixar ainda mais no lodo. E o pior é que se vislumbra um caminho ainda pior a partir daqui! Ou seja, para os mais crédulos, ainda há alguns níveis mais abaixo, neste fundo.Há dias, quando o Primeiro-Ministro estava em Berlim a falar com a Chanceler e o Senhor Ministro das Finanças vinha anunciar mais um PEC, falei com algumas pessoas e garanti na hora que o Governo iria cair nesta 4ª feira. Nada de novo... E ontem, num misto de alívio (para alguns), de preocupação (para outros), de satisfação (para muitos) e de ambição (para um grupo restrito), acordamos todos esta manhã com um amargo de boca e de cautela, no momento de falar sobre a politica do país. De repente, todos somos políticos. Olhamos com medo para o futuro. E dentro de 4 paredes, alguns davam a sua opinião sobre quais seriam os caminhos de São Bento. Alguns já davam por certo um próximo vencedor. Outros, pensavam sobre quais seriam os assentos parlamentares ocupados na Assembleia a partir de então. Mas a verdade é que todos nos mostramos preocupados. O que vai acontecer agora? Quais serão os nossos destinos? Ouvi algo que, de facto, faz muito sentido: com Democracia, tudo se poderá resolver. Somos muitos e somos fortes! Ou deveríamos ser! Agora que todos somos políticos, seria importante transmiti-lo em votos, mostrar preocupação pelos desígnios do país. Mas aí, também reside uma tarefa árdua, eu sei... Olhamos para os nossos políticos e aí reside o nosso verdadeiro medo: não sabemos em quem acreditar.Não venho aqui defender nenhuma cor politica, enganem-se alguns... lol Preocupo-me, sim, com o meu país e qual será o seu futuro. No entanto, não posso deixar de fazer parte dele. E por fazer parte dele me vejo receoso com algumas decisões que foram tomadas e que têm outros contornos, com jogos de poder, com pedantes feridos, com vitoriosos sem razão para tal, com alternativas que ainda não passam de oposição e que carecem de maturidade. Mas é neste momento então que deveremos realmente conhecer as pessoas que nos estão a representar, pois todos eles têm algo a dizer à população!! Não acredito que não saibam falar, cara na cara, apresentando novos caminhos e novas alternativas de salvação para o nosso país!! Riem-se de nós, olham para nós com indiferença, tecem os maiores comentários de desprezo, auto-intitulam-se os cérebros do país e agora, que é importante AJUDAR a população e resolver os SEUS problemas, carecem de ideais e de soluções. todos estamos implicados. Devemos estudar as melhores opções e se tivermos de ir a votos, venham eles. Mas não fiquemos em casa ou não aproveitemos para ir de férias ou para ir apanhar sol!!! Há que acordar. É dia de votar (se for esse o desejo do Senhor Presidente) o futuro do nosso país.
terça-feira, 15 de março de 2011
Em construção
Ao longo dos tempos, as pessoas com quem se vai travando conhecimento, vão tendo um lugar especifico na vida de cada um. Que seja nas relações profissionais, de cordialidade, de amizade ou até amorosas, todas elas, com o seu devido grau de envolvimento, vão ganhando um peso, no que confere a vida de cada um. São pequenas histórias que acabam por fazer um todo, uma vivência.No entanto, há que enquadrar essas histórias no seu devido lugar, saber até que ponto se está envolvido com todas as pessoas que se conhece. Porque, em bom da verdade, nem sempre se sabe a opinião que aufere do outro lado. Porque para se falar sobre qualquer assunto, nem sempre pode ser conveniente, devido à posição do politicamente correcto, do embaraço do tema, dos tabus que ainda se tem. E essas pessoas podem nem sempre visualizar o pleno da história.E essa posição incomoda. É verdade que cada um está provido de livre arbítrio. Mas de facto incomoda não saber o que os outros pensam a nosso respeito. Nunca se tem toda a informação, de ambos os lados. Há alturas em que a falta de informação pode trazer confusão e dissabores, dando mais trabalho a quem não compreende o que se está a passar, de forma a poder abordar todas as questões.Em conversa com amigos, muitos dizem-me deixa andar, não ligues, faz o mesmo... Mas será que seremos todos assim tão frios, ao ponto de nos afastarmos, sem obter a verdade? Não será a falta de conhecimento a ruptura para muitas coisas que fazemos? De facto, vive-se mais rápido. as coisas são-nos dadas a uma velocidade que era impensável há 300 anos atrás... Vivamos então a esse ritmo! (ainda que alguns parem para pensar onde se poderá enquadrar nesta sociedade...) Tudo está em construção. todos os dias. Quer no trabalho, quer no grupo de amigos, quer em casa. A verdade é que em cada momento, a opinião dos outros é importante, pois se algo não está de feição, se algo desagradou em determinado ponto, se houve algum momento menos feliz, a melhor forma de resolver é conversar, sentar, perguntar, analisar, ponderar, defender, ouvir. Nem sempre estamos predispostos a isso. Ou pela falta de tempo, ou pelo desinteresse, ou pela falta de paciência, ou pelo facilitismo, ou pelo vontades de cada um... E o tempo acaba por conferir a sua importância. Aceito as posições dos meus amigos, mas nem sempre se sabe tudo... lool
quinta-feira, 3 de março de 2011
Seremos nós parvos?
Este ano 2011 ainda agora vai no adro e já se prevêem cenários negros daqui para a frente. Chegam, a conta gotas, estatísticas da última década, e sem grandes surpresas (ou então para aqueles que andavam mais distraídos e fora do país...), denota-se que tudo tem sido feito ao contrário. O desemprego aumentou, a economia viveu sempre enferma (numa recessão sem precedente), os impostos têm sido uma dor de cabeça enorme para todos os contribuintes, o aumento dos produtos tem sido uma realidade para as famílias e agora vêm falar que o futuro dos jovens está comprometido. Pergunto eu: mas não era isto mesmo que se estava à espera? Não foi pedido sacrifícios para benefícios de todos? E para quê? Nos palcos da politica nacional procura-se o culpado da crise dos últimos 13 anos. A preocupação começa agora a centrar-se em cumprir metas que foram impostas e a todo o custo, haverá uma eterna discussão de vários PEC's que trarão mais medidas de austeridade. Sem esquecer que o país estará preso a umas empresas de rathing e de credores que compram todos os dias a divida soberana (com contratos que nem sequer sabemos quais são as NOSSAS implicações), discutindo entre eles se os Portugueses têm capacidade de cumprir e crescer ou não. E a população, impávida e serena deixa passar a procissão...Muito da geração futura começa agora a equacionar para quê e para quem é que estamos a trabalhar. Os jovens que hoje saem das Escolas, inclusive do Ensino Superior, não conseguem vislumbrar um futuro promissor. Vivem de estágios, de trabalhos precários, muitos trabalhadores mal pagos, em situações duvidosas. Na mesma geração, existem os oportunistas sem escrúpulos e os boys for the job (porque todos sabemos que ainda existem...) que se vangloriam perante todos pela sua situação, pois neste pequeno cantinho à beira mar plantado, é dignificante ter sido colocado por alguém em algum lugar de topo, sem com isso significar que foi por mérito. Há também quem trabalhe duro, fazendo a sua parte na sociedade e que, ainda assim, não consiga manter um sorriso, pois depara-se com um futuro que se prevê precário, onde a qualquer momento, o sistema pode ser alterado, ao sabor de impactos impostos pelos governantes.E eis a grande pergunta: Em que país vivemos? Quem beneficia com todas estas mudanças? Porque, de facto, alguém terá de ganhar com tudo isto... Impossível pensar que estamos todos perdidos e que não temos rumo! Por muito que falemos e discutamos, dá-me a sensação que somos um povo adormecido, à espera que chegue alguém que nos salve. Ainda que seja lenda, esperamos por um Dom Sebastião que tarda em aparecer na bruma... O receio de não se ter solução para uma revolta é onde reside o medo. Da mesma forma que o segredo dos audazes está na coragem de saber que algo está mal e que se deve mudar. Dos fracos não reza a história...
quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011
Bruxas, bruxarias e bruxedos
Há quem acredite em bruxas, em feitiços, em maus olhados ou no azar... Todos estes prejuizos podem muito bem alimentar a mente de qualquer um. E ocorrem quando uma pessoa se encontra numa fase menos boa, quando o que muito se deseja não se concretiza ou quando nada corre segundo planos ambicionados. É importante saber que nem sempre os astros estão alinhados, que nem sempre as vontades se encontram de feição. E isso leva ao desespero e aos pensamentos mais negros que a solidão, o desespero e a tristeza pode alimentar a mente de cada um.Mas ainda assim, não é demais pensar que as vontades têm de ser concretizadas por duas pessoas, ainda que se pense o azar pertencer a um unico ser. De facto, a uma unica pessoa está conferido esse destino. Tudo porque o medo pode invadir num instante, porque os planos traçados não se concretizam como se ambicionam, porque as pensamentos estão virados para momentos menos positivos.Há que lutar. Há que pensar que as coisas nem sempre são tão negativas. Há que acreditar em coisas positivas. Há que afastar os pensamentos maus. Há que acordar pela manhã e julgar que tudo sairá de feição. Há que colocar um sorriso nos lábios e crer que os dias bonitos de sol são para todos. Há que virar a página.
terça-feira, 1 de fevereiro de 2011
Conversas chatas
O que nos faz ter impaciência? Muitas vezes, quando alguém nos está a falar, sem cessar, ficamos irritados e vem-nos à mente que gostaríamos que não nos aborrecessem ou simplesmente que deveríamos estar noutro lugar, a fazer o quer que seja. Mas porque é que, de repente, não temos vontade de ouvir ou de estar com determinadas pessoas? A paciência de cada um pode ser diminuta, pode-se estar com a cabeça noutro lugar ou ter preocupações que, à esfera, dizem só respeito a cada um, simplesmente porque a pessoa em questão nos irrita ou porque o tema nos aborrece.
No entanto, e como vivemos em sociedade, tentamos agradar a todos e com isso mostrar que se é bem educado. Infelizmente, e para não desagradar quem está a conversar, temos de a respeitar e fazer um esforço para não ser desagradável.
Todos temos esses momentos. E quando a paciência chega a um limite, simplesmente afastamo-nos ou mostramos que nos encontramos entediados, inventamos desculpas para nos desmarcarmos, ou iniciamos outra conversação para diluir a que estava em curso.
segunda-feira, 31 de janeiro de 2011
Maria Gadú
Eis uma cantora brasileira que me cativou só pela imperfeição do francês, pela Rádio Marginal e por adorar a sua voz. Vai estar por cá no dia 11 de Março. Hummmm