sexta-feira, 8 de março de 2013

O homem e a mulher

O homem é a mais elevada das criaturas;
A mulher é o mais sublime dos ideais.
O homem é o cérebro;
A mulher é o coração.
O cérebro fabrica a luz;
O coração, o AMOR.
A luz fecunda, o amor ressuscita.
O homem é forte pela razão;
A mulher é invencível pelas lágrimas.
A razão convence, as lágrimas comovem.
O homem é capaz de todos os heroísmos;
A mulher, de todos os martírios.
O heroísmo enobrece, o martírio sublima.
O homem é um código;
A mulher é um evangelho.
O código corrige; o evangelho aperfeiçoa.
O homem é um templo; a mulher é o sacrário.
Ante o templo nos descobrimos;
Ante o sacrário nos ajoelhamos.
O homem pensa; a mulher sonha.
Pensar é ter , no crânio, uma larva;
Sonhar é ter , na fronte, uma auréola.
O homem é um oceano; a mulher é um lago.
O oceano tem a pérola que adorna;
O lago, a poesia que deslumbra.
O homem é a águia que voa;
A mulher é o rouxinol que canta.
Voar é dominar o espaço;
Cantar é conquistar a alma.
Enfim, o homem está colocado onde termina a terra;
A mulher, onde começa o céu.
 Victor Hugo

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Dar importância

O que é dar importância? 
A quem se dá importância? 
Até que ponto dar importância a algo é sinónimo de unanimidade?
Estas são questões que ficam sempre bem após ser confrontado com a importância que damos ou não às coisas. Analisemos então.
A importância é algo pessoal e intransmissível, sendo certo que cada um tem sentimentos, que o tempo é individual e que se é um ser pensante. Nem a todos serve a mesma importância. E no entanto, cada um tem a sua. E dar importância a algo não é diferente. Não tem de ser de opinião coletiva e aceite como algo único. A isso chama-se pensamento coletivo ou ideia partilhada. E nem essas hipóteses apresentam razões de veracidade exclusiva e correcta. 
A importância também flora aspetos da psique. Cada um só dá realmente importância às coisas ou às pessoas que mais lhes dizem respeito, que nos são (ou não) importantes, às quais damos (ou não) importância. Quando algo é insignificante ou está de passagem, é algo sem grande importância, pois sabe-se efémero.
Mas a importância não é vista da mesma maneira pelos intervenientes de determinado momento. Cada um tem a sua opinião, essa sim pessoal e nem sempre transmissível, muitas vezes até apresentada com alguns interesses individuais. E dependendo da forma como se vive ou se partilha as coisas e os momentos, cada um eleva a importância (ou não) sobre o que lhe diz respeito. Até essa coisa é pessoal!! Não se tem o direito de controlar a forma como os outros pensam ou agem ou sentem. Quanto muito, partilhamos ideias, analisamos momentos, tenta-se encontrar consenso. Mas só quando se é importante ou se dá importância. Senão vejamos. Damos todos a mesma importância às mesmas coisas? Não se aborrecem vocês com outras pessoas? Não ficam alegres com outras? E a desilusão? E o encantamento?... Um sem-fim de coisas das quais cada um só dá importância ao que lhe interessa.
Possivelmente, nem todos querem dar a mesma importância ao que é vivido, tentando minimizar o seu ego e a sua opinião. É mais fácil não dar importância, escondendo assim algo que não é agradável e que não é importante. Coloca-se o outro no lugar, mostrando que esse também não é importante.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Análise

   Percorro os corredores do pensamento e reconheço que há alguns que me doem e outros que me são de verdadeira satisfação.  Dou voltas ao que sou, tentando melhorar de dia para dia, sempre na esperança de crescer a cada momento. Isso requer todo um trabalho de uma vida, pois a cada segundo que passa, qualquer acção é passível de ser analisada. Desde coisas boas, a coisas más, a desilusões, alegrias, atitudes, valores, pensamentos e sentimentos.
   Não é difícil então de afirmar que, após cada momento, é da natureza humana prender-se às recordações amargas e difíceis de superar, pois são essas que mexem mais no âmago individual e na formação pessoal. São essas que nos obrigam a uma maior reflexão e a tomadas de decisão, nem sempre de ânimo leve. O que nos dói é sempre razão para nos perguntar se é esse o caminho que desejamos e se nos fazemos acompanhar por valores e atitudes positivos, valorizados e sinceros. Isto porque vivemos rodeados de frieza, individualismo, hipocrisia e falta de carácter. Tudo valores cada vez mais presentes entre todos. Contra mim falo... E geralmente estão encobertos nos lugares menos prováveis, naqueles que nunca suspeitaríamos. Com toda esta mescla, o mais provável é ter muito em que pensar...
   Alguns dir-me-iam que tudo isto ocorre porque a informação está deturpada, que há muitas mentiras descabidas, que as mensagens têm falhas na transmissão. Ou seja, que nem sempre temos todos os meios para analisar melhor o que nos ocorre em nosso redor. Daí advém todos os nossos sentimentos, sendo as mais representativas as desilusões e frustrações, descontentamentos, tristezas, mas também alegrias, satisfações, momentos únicos... Ao fim e ao cabo, somos todos analistas. E até ver, todos temos o direito de fazer o caminho do pensamento como queremos, com a visão e os valores adquiridos ao longo do tempo. São esses que fazem de nós pessoas pensantes e em fase de crescimento.
   E já que a análise é individual, concluo que não tenho de agradar a toda a gente. Que não sou obrigado a gostar de determinadas atitudes e de acções rebuscadas, ainda que me digam ser essas as atitudes de uma pessoa adulta (camufladas no pensamento de cada um ou de grupo). Que não tenho de idolatrar ninguém, de forma a gostarem de mim e a aceitarem-me como simples presença.  Que tenho o direito de sentir como bem entendo, sem ter de entender as razões dos outros, pois não me parece que se perca tempo a tentar pensar nos demais. Esta é só uma análise individual do momento.
   E perguntam-me: o que fazes com os bons momentos? Pois esses vou alimenta-los, depois de analisados e de ter concluído que eram boas passagens da vida. Alguns ficarão reservados só na memória, de forma a não mais voltar a serem lembrados. Outros serão excelentes momentos de serão, onde se recordam com alguma saudade. E outros serão levados, pura e simplesmente, ao esquecimento. Alguns serão inclusivamente apagados, por estarem envoltos em coisas negativas e pessoas de passagem, de verdadeiros erros. Mas aos bons momentos, reservo um lugar especial nos corredores dos meus pensamentos para épocas mais negras, pois são essas recordações que me farão avançar.