terça-feira, 2 de dezembro de 2008

As noites frias das Beiras

Este fim-de-semana o frio fez-se sentir em todo o país. O astro apresentava-se limpo e durante alguns momentos todos tinhamos a esperança que o manto branco cobrisse a serra... Olhávamos para a lua e esta aparecia com um briho e uma beleza única, algo a relembrar as histórias contadas pelos ancestrais à lareira... O cheiro a oliveira, a carvalho, a azevinho queimado na lareira é tão típico... E a conversa vinha dos mais velhos, que previam um nevão. E todas as manhãs nos abeirávamos à janela na esperança ver tudo branco.
E fomos brindados com isso... Há anos que não viamos tão rara beleza na forma como se apresentaram as serras... Há muito que não viamos nevar. E só isso foi mágico. Sentimos então o Natal a aproximar-se. Os preparativos, as previsões. O encanto que estava estampado no rosto das crianças, também se deixava vislumbrar pelo sorriso que cada pessoa.
As conversas giravam todas em torno do frio que se fazia sentir. E isso, mais do que tema de conversa, de desbloqueador, era uma realidade, sentida nos ossos daqueles que realmente estavam a viver esse fim-de-semana. Muitos aproveitaram para vir a casa e aproveitar para estar com os amigos, para dar atenção a todos os que nos rodeiam, mas todos desejavamos ardentemente que nevasse na aldeia, para poder recordar tempos idos e agradáveis das diversas brincadeiras que se tinha outrora... Várias recordações foram relembradas, saudades sentidas ou conversas muito agradáveis. Essa é a imagem que sempre me fica a cada aproximação do Natal.

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